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sábado, 5 de agosto de 2017


Castelo Histórico
Poucas pessoas conhecem os heróis que se levantaram contra a Revolução Francesa em defesa da Igreja e da Monarquia, e tiveram como símbolo o Sagrado Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo, cuja festa celebra-se no dia de hoje. Tal episódio foi apagado dos livros de História, até recentemente escondido e negado pelo governo francês: o máximo que é possível encontrar são algumas notas de rodapé, poucos sites na internet e só. É dever de todo católico estudar e se inspirar nos heróis que combateram os inimigos da Fé, por isso a página relembra este importante episódio: A Guerra da Vendeia, que também se estendeu à Bretanha, regiões francesas profundamente católicas.
Em 1790, o governo local foi abolido, seguido de um golpe contra a liberdade da Igreja: a Constituição Civil do Clero. O Estado passaria a controlá-la, tomou suas propriedades, todas as ordens foram suprimidas e milhares de religiosos e leigos foram cruelmente perseguidos. A maior parte dos sacerdotes da Vendeia se recusaram a ajoelhar-se perante o Estado revolucionário. O aumento de impostos em 1792 e a execução do rei em 1793 passaram a aumentar a justíssima indignação dos católicos dessa região. O estopim foi o fechamento de todas as igrejas e a proibição do culto público em março de 1793. Nobres possuíam capelas particulares, mas a maior parte da população não.
Soldados republicanos em Machecoul foram massacrados dias depois, e camponeses transformaram suas ferramentas de trabalho em armas de guerra em St. Florent-le-Viel, derrubando as tropas do governo (fortalecidas por canhões). Assim começava a Guerra. Muitos nobres locais aceitaram liderar os exércitos de camponeses, que lutaram de modo predominantemente guerrilheiro. Quatro grandes exércitos católicos e monarquistas se formaram, e no dia 19 de março ganharam uma grande batalha em Pont-Charrault. Com isso, munição, armamento, cavalos e até canhões foram capturados.
No dia 20 de março, os quatro exércitos se uniram e se autodenominaram "O grande exército católico da Vendeia" (a palavra "Real" foi adicionada mais tarde). As cidades controladas pelos republicanos começaram a cair, primeiro Bressuire em 2 de maio, Fontenay em 25 de maio, e os chegaram a Niort. No norte, Angers caiu no dia 18 de junho, e houve pânico em Paris. Tudo isso conquistaram sem treinamento nem armamento adequado: Eram simples homens do campo, que voltavam para as suas terras após as lutas; homens que defendiam aquilo que de mais caro possuíam e poderiam possuir: Sua Pátria, sua Fé, seu Rei (não apenas o rei francês, mas o Rei do Universo e Seu Sacratíssimo Coração)! Em 19 de julho de 1793, o conselho de governo dos rebeldes emitiu um decreto de sua intenção, "desejando, na medida do possível, restabelecer a religião católica e permitir que ela mais uma vez floresça".
Em termos comparativos, em Waterloo Napoleão possuía de 60 a 70 mil homens; os republicanos enviaram para a Vendeia um contingente de 115 mil homens. Na batalha de Cholet, no dia 17 de outubro, houve um revés decisivo na causa católica: três de seus generais, d'Elbée, Bonchamps e Lescure ficaram gravemente feridos, os dois últimos mortalmente. Iniciou-se então uma caçada contra os contrarrevolucionários remanescentes, que culminou com um massacre em Savenay no dia 23 de dezembro. Os que conseguiram voltar para suas terras viram o horror que "As Doze Colunas Infernais" dos republicanos haviam feito: um verdadeiro genocídio.
"Não deixem ninguém nem nada vivo". Tais eram as ordens dos soldados republicanos. Em janeiro, um reinado de terror começou em Nantes e Angers, onde houve assassinato em massa por afogamento no Loire, na guilhotina e fuzilamentos. O general Waterman (O Açougueiro) gabou-se na Convenção de Paris: "Não há Vendeia. Ela pereceu, com suas mulheres e crianças, sob a nossa espada da liberdade. Seguindo suas ordens, eu esmaguei as crianças sob os cascos dos nossos cavalos, e massacrei as mulheres - elas não darão mais criança alguma para esses rebeldes. Não tomei um só prisioneiro". Surgiram resistências posteriores, mas nenhuma obteve tanto sucesso quanto a primeira. Apesar de estar longe do ideal, a Igreja reconheceu certa liberdade sob Napoleão anos mais tarde e os sinos voltaram a tocar não só na Vendeia, mas em toda a França.
Que o esforço desses heróis, alguns conhecidos e milhares de anônimos, reanime nossa Fé e conceda à França o espírito que ela tanto necessita, bem como à Europa, para enfrentar os desafios causados pela secularização em grande parte iniciada e impulsionada pela famigerada Revolução que esses bravos católicos e monarquistas buscaram combater.
Cor Jesu sacratissimum, miserere nobis!
Vivat Christus Rex!
Na imagem, de cima para baixo e da esquerda para a direita, alguns líderes e figuras importantes do Exército Católico:
Jacques Cathelineau (1759-1793);
Maurice Gigost d'Elbée (1752-1794);
Charles-Melchior Arthus, Marquês de Bonchamps (1760-1793);
Jean-Nicolas Stofflet (1751-1796);
Henri du Vergier, conde de la Rochejaquelein (1772-1794);
François Athanase de Charette de la Contrie (1763-1796);
Pierre Guillemot (1759-1805);
Louis-Marie de Salgues, marquês de Lescure (1766-1793);
Antoine-Philippe de la Trémoille, príncipe de Talmont (1765-1794);
Jean Cottereau (1757-1794).

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