Páginas

terça-feira, 11 de junho de 2024

Essènios

 

Os Essênios, comunidade Judaica, responsável pelos Manuscritos do Mar Morto



Foram uma comunidade religiosa judaica que existiu entre os séc II ac. e séc. I. 


Eles não são mencionados na Bíblia, mas são conhecidos por terem vivido em comunidades isoladas, no deserto, perto do Mar Morto. 



Eram conhecidos pela sua vida ascética, dedicação à lei cerimonial judaica e interpretação rigorosa da Torá.



Eles viviam de forma comunitária, partilhando bens e adotando um estilo de vida simples. 



Os essênios eram conhecidos pelos seus rituais de purificação, como o batismo nas águas, e começavam as suas orações antes do nascer do sol. 



Eles distinguiam-se por serem contra a escravidão e por viverem de acordo com princípios morais estritos, como honrar a Deus, promover o bem, ser justo e defender a verdade.


A comunidade dos essênios ganhou notoriedade moderna após a descoberta dos Manuscritos do Mar Morto nas cavernas de Qumran, que continham textos religiosos e revelações importantes para o entendimento do judaísmo e do cristianismo primitivos.


https://www.a12.com/redacaoa12/duvidas-religiosas/como-jesus-viveu-dos-12-aos-30-anos-de-idade


A questão de onde Jesus viveu dos 13 aos 30 anos é um tópico de grande especulação e debate. 


Não há evidências históricas ou bíblicas conclusivas que indiquem que Jesus viveu com os essênios durante esse período. 


O Novo Testamento não fornece detalhes sobre a vida de Jesus nesse intervalo de tempo, frequentemente referido como os “anos ocultos” de Jesus.


Alguns estudiosos e teorias sugerem que Jesus poderia ter tido contato com várias culturas e ensinamentos, incluindo os essênios. 


Os essênios são mais conhecidos pelas construções e ocupação do sítio de Qumran, perto do Mar Morto, onde se acredita que viveram em comunidade.


Embora existam teorias divergentes sobre se as construções de Qumran foram realmente habitadas pelos essênios ou se os manuscritos encontrados nas cavernas foram copiados por eles, a maioria dos estudiosos associa Qumran aos essênios.


Manuscritos do Mar Morto, uma coleção de textos religiosos e seculares encontrados nas cavernas de Qumran,   incluem cópias de livros bíblicos, livros apócrifos, trabalhos exegéticos e escritos próprios da comunidade. 


Alguns dos textos mais notáveis que se acredita terem sido escritos ou preservados pelos essênios incluem o Livro dos Jubileus, o Livro de Enoque e o Testamento dos Doze Patriarcas.


Livro dos Jubileus: Também conhecido como o Pequeno Gênesis, este texto apócrifo relata a história da criação do mundo e de Adão e Eva até logo após a queda. Ele narra a história dos personagens bíblicos encontrados em Gênesis, com detalhes adicionais, principalmente com relação aos três patriarcas de Israel, até o nascimento de Moisés. O livro é considerado canônico pela Igreja etíope ortodoxa e os Beta Israel (judeus etíopes), mas é visto como pseudepígrafo pelas igrejas Protestante, Católica Romana e Ortodoxa, com exceção da Igreja Ortodoxa Etíope.


Livro de Enoque: Este é um dos antigos textos religiosos mais misteriosos, contendo profecias e revelações. A autoria é atribuída a Enoque, um ancestral de Noé. O livro descreve a queda dos Vigilantes, anjos que geraram os Nefilins, híbridos humano-angelicais. Também relata as viagens celestiais de Enoque e as suas revelações apocalípticas. Embora não faça parte do cânone bíblico, o Livro de Enoque influenciou várias tradições e é aceite na igreja cristã etíope.


Testamento dos Doze Patriarcas: Este texto apócrifo pseudepígrafe contém as ordens dos doze patriarcas, filhos de Jacó, deixadas quando estavam perto da morte. Cada patriarca narra sua própria vida, exorta os seus descendentes a seguir os seus exemplos positivos e a evitar seus erros, e relata visões proféticas do futuro de seus descendentes. O texto é frequentemente incluído no rol de livros canônicos dos Códices Armênios da Bíblia e apresenta passagens que parecem ser acréscimos de origem cristã.


.

Fênix

 A Fênix, a ave da ressurreição. 


Há muito tempo, numa terra distante, havia uma lenda que contava a história da Fênix, uma ave mítica que renascia das cinzas. Diziam que a Fênix era uma criatura de grande beleza e poder, com plumagem dourada e cauda flamejante.


Segundo a lenda, a Fênix vivia por centenas de anos, até que chegava o momento de sua morte. Ao sentir o fim se aproximando, a ave voava para o alto de uma montanha e se deixava consumir pelo fogo. Mas, em vez de morrer, a Fênix renascia das cinzas, mais forte e radiante do que antes.


A origem da Fênix remonta à Grécia Antiga, onde era associada ao deus do Sol, Apolo. A ave também era considerada um símbolo de renovação e ressurreição, representando a eterna ciclo de vida, morte e renascimento.


Os habitantes da região acreditavam que a Fênix trazia prosperidade e sorte para aqueles que a avistavam. Muitos buscavam-a em suas jornadas, na esperança de testemunhar o renascimento da ave lendária.


A lenda da Fênix atravessou fronteiras e culturas, tornando-se uma das mais conhecidas e adoradas em todo o mundo. Sua história inspirou artistas, escritores e pensadores ao longo dos séculos, perpetuando o mito da ave fenomenal.


Mesmo nos dias de hoje, a Fênix continua a ser lembrada como um símbolo de esperança, renovação e bravura. Suas asas se erguem sobre o horizonte, lembrando a todos que, mesmo diante das adversidades, é possível renascer das cinzas e seguir adiante.


E assim, a lenda da Fênix perpetua-se, incendiando os corações daqueles que acreditam no poder da transformação e da renovação.


#culturaprimitiva #culturapopular #cultura #lendas #horror #contosclassicos #oculto #historias #mistério #contos #misticismo

Monarquia Brasil

 

Imperador D. Pedro II, Imperatriz Thereza Christina e Príncipe D. Pedro Augusto. (1887).

Xamanismo

 

O Inverno e a Certeza 


Inimigo da Direção Sul: A Certeza

A Direção Sul, no xamanismo universal, representa a sabedoria, o conhecimento e o intelecto. No entanto, o inimigo desta direção é a certeza. A certeza pode ser um grande obstáculo ao crescimento espiritual e ao desenvolvimento pessoal. Vamos explorar como a certeza pode ser prejudicial e por que é importante cultivar humildade e abertura mental.


Definição de Certeza

A certeza pode ser definida como aquele estado de espírito em que você acredita que sabe tudo ou que há para saber sobre um assunto. Ela se manifesta quando você está fixo em seus caminhos ou em seu pensamento, baseado em opiniões e atitudes do passado. Frases como “eu sei de tudo isso!” ou “eu sei no que acredito” indicam um estado de certeza que pode ser perigoso.


Perigos da Certeza - Bloqueio ao Novo Conhecimento

A certeza bloqueia a capacidade de aprender coisas novas. Quando você pensa que já sabe tudo, se fecha para novas informações e perspectivas.


Resistência à Mudança : A certeza cria resistência à mudança, impedindo o crescimento e a evolução pessoal.


A certeza limita a clareza mental e a capacidade de perceber a verdade em novas situações. Ela impede a mente de se abrir para novas verdades que podem surgir.


A certeza pode levar ao orgulho e à arrogância, impedindo o aprofundamento do conhecimento. O verdadeiro professor transmite conhecimento com humildade. A sabedoria acompanha o conhecimento, garantindo que ele seja usado de maneira justa e benevolente.


Para obter conhecimento esotérico, é essencial cultivar a humildade. A certeza, ao contrário, impede essa aquisição profunda de sabedoria.


A certeza é inimiga da clareza da mente e do propósito. Ela obscurece o julgamento e impede a visão clara dos objetivos e do caminho espiritual.


Manter a mente aberta e flexível é crucial para o crescimento espiritual e para a realização do propósito de vida.


A certeza é um inimigo poderoso da Direção Sul, que representa sabedoria e conhecimento. Para superar esse obstáculo, é fundamental cultivar a humildade e a abertura mental. Ao fazê-lo, podemos garantir que nosso conhecimento seja sempre acompanhado de sabedoria, permitindo-nos crescer e evoluir continuamente em nosso caminho espiritual.


Reflexão Prática :


Questione suas Certezas : Regularmente pergunte-se se há algo novo para que você possa aprender sobre um assunto que pensa conhecer bem.


Pratique a Humildade : Reconheça que sempre há mais a aprender e que outras perspectivas podem enriquecer seu entendimento.


Busque a Clareza : Medite e reflita sobre suas opiniões e conhecimentos, garantindo que eles estejam sempre abertos à evolução e ao aprofundamento.


Ao manter a mente aberta e cultivar a humildade, podemos evitar os perigos da certeza e continuar nosso caminho de crescimento pessoal e espiritual.


A imagem representa o conflito entre a certeza e a sabedoria. A cena contempla um caminho dividido em duas formas: uma iluminada, simbolizando a sabedoria, e outra escura, representando o perigo da certeza. A figura no caminho iluminado carrega uma lanterna, simbolizando o conhecimento e a iluminação, enquanto a figura no caminho escuro está parada, cercada por correntes e sombras, simbolizando a armadilha da certeza e da mente fechada. Uma paisagem serena com elementos naturais reflete a harmonia alcançada através da humildade e da mente aberta.

Mito Grecia

 

Existem fragmentos de textos antigos que mencionam o mito de Ícaro e Dédalo,esses fragmentos, junto com textos mais completos, fornecem insights sobre a evolução e interpretação do mito ao longo do tempo. 


Embora não haja um relato completo de Ícaro em obras conhecidas de Hesíodo, alguns fragmentos mencionam Dédalo e suas habilidades como inventor,esses fragmentos são escassos e muitas vezes vêm de fontes posteriores que citam ou referem-se a Hesíodo.


Píndaro, um poeta lírico grego do século V a.C., fez referências a Dédalo em suas odes,no entanto, as menções a Ícaro são breves e muitas vezes usadas para ilustrar temas de habilidade artística e inovação. 


A obra "Biblioteca" de Apolodoro, uma coleção de mitos e genealogias escrita no século II a.C., fornece um relato mais detalhado de Dédalo e Ícaro. 

Este texto compila muitas histórias da mitologia grega, incluindo a fuga de Creta e a queda de Ícaro.


O poeta romano Ovídio, em suas "Metamorfoses" (livro 8, versos 183-235), fornece uma narrativa detalhada e poética do mito,esta versão é uma das mais completas e influentes, onde ele descreve a construção das asas, os avisos de Dédalo a Ícaro, e a trágica queda. 


Em "Fabulae", uma coleção de mitos atribuída a Hyginus, há um breve relato da história de Ícaro.


Diodoro Sículo em sua "Biblioteca Histórica", menciona Dédalo e Ícaro, oferecendo variações da história conhecida.


Píndaro em suas odes, menciona Dédalo como um mestre artesão, mas não há um relato completo sobre Ícaro,um fragmento relevante pode ser encontrado em suas obras, onde ele fala da habilidade técnica de Dédalo.


Fragmentos atribuídos a Hesíodo mencionam a habilidade de Dédalo,mas, como já mencionado, a história de Ícaro não é completamente narrada. 


-Apolodoro, "Biblioteca":


"Dédalo, filho de Eupalamo, filho de Metion, fez para Minos o labirinto no qual estava o Minotauro; e por ter mostrado o caminho a Ariadne, ele foi aprisionado no labirinto junto com seu filho Ícaro. Eles fizeram asas para si mesmos e voaram, mas Ícaro caiu no mar e pereceu."


-Ovídio, "Metamorfoses":


"Dédalo odiava Creta e suas longas amarras, e desejava liberdade,ele disse:

 'Embora Minos possa obstruir a terra e o mar, certamente os céus estão abertos; iremos por esse caminho: Minos pode possuir tudo, mas ele não possui os céus.' Assim, ele falou e girou sua mente para novas artes, mudando as leis da natureza."


Esses textos e fragmentos mostram como a história de Ícaro e Dédalo foi contada e retoldada através das eras, preservando sua essência enquanto permitia variações e interpretações pelos diferentes autores.

Grecia

 


Estátua feminina em bronze (II sec. a. C.).  SABAP Siena, Grosseto e Arezzo, até 30 de junho de 2024, mostra Gli Dei ritornano / I bronzes de San Casciano no Museu Arqueológico de Napoli.
 Estátua feminina em bronze (século II a.C.).  Exposição até 30 de junho de 2024 no Museu Arqueológico de Nápoles.


O Monastério de Meteora, uma maravilha arquitetônica situada no topo de penhascos imponentes, é uma obra-prima que desafia tanto a gravidade quanto a imaginação. Localizado na região da Tessália, na Grécia, este complexo monástico parece emergir das próprias rochas, como se fosse uma extensão natural da paisagem majestosa que o cerca.


Ao nos aproximarmos dos penhascos de Meteora, somos recebidos pela vista impressionante dos mosteiros que se equilibram precariamente no topo das colunas de pedra. Cada edifício, construído há séculos por monges devotos, é uma testemunha viva da habilidade e da determinação humanas. As paredes caiadas de branco contrastam com o azul do céu e o verde exuberante das árvores, criando uma cena de beleza indescritível.


À medida que exploramos os pátios e corredores do Monastério de Meteora, somos envolvidos por uma atmosfera de tranquilidade e contemplação. Os afrescos antigos e as relíquias sagradas contam histórias de fé e devoção que resistiram ao teste do tempo. O silêncio solene é quebrado apenas pelo suave murmúrio do vento e pelos cânticos dos monges, criando uma sensação de paz interior e reverência.


Do alto das falésias de Meteora, somos presenteados com vistas panorâmicas de tirar o fôlego que se estendem até onde a vista alcança. Abaixo, os vales verdejantes se estendem até o horizonte, enquanto os picos das montanhas se erguem majestosos contra o céu. É um cenário que parece pertencer a um conto de fadas, onde a natureza e a espiritualidade se encontram em perfeita harmonia.


Visitar o Monastério de Meteora é mais do que uma simples jornada; é uma experiência transformadora que nos lembra da beleza e da grandiosidade do mundo que nos rodeia. É um lugar onde o divino toca o terreno, onde a história e a natureza se unem para criar algo verdadeiramente extraordinário.

Templarios

 

🙏⚔️🙏 UNIVERSO TEMPLÁRIO 🙏⚔️🙏 


PALAVRA SMOTH-MIT 💫 SALMOS 121:8


"O Senhor guardará a tua entrada e a tua saída, desde agora e para sempre."


Irmãos neste versículo, é-nos Dito que Deus nos guardará nas nossas idas e vindas. Em outras palavras, Ele nos protege por toda a parte, em tudo o que fazemos. 


Temos a garantia, na escritura, de que Deus sempre cuidará de nós — SEMPRE e em TODAS as circunstâncias. 


Não importa onde estamos ou o que estamos fazendo, podemos ter certeza de que Deus, o nosso Guardião supremo, nos tem sob seus olhos vigilantes.


"Pai, obrigado por velar por mim em tudo o que faço. Posso caminhar com confiança sabendo que Tu sempre me terás sob os Teus olhos, protegendo-me e garantindo o meu sucesso. Amém."


Excelente dia abençoado pra @todos nós 🙏🌹🙏


Comendador Internacional SMOTH-MIT Fr.✠✠ Diego Nogueira 💫 Diego Templário Smoth-mit 


💫MAESTRAZGO INTERNACIONAL TEMPLARIO💫


🙏🙏🙏🌹🙏SMOTH-MIT🙏🌹🙏🙏🙏

Cavaleiros Templários


💫 INSPIRAÇÃO SMOTH-MIT EM SALMOS 23:5-6 💫

"Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda. Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na Casa do Senhor por longos dias."

🙏❤️🙏Não a Nós, Senhor, Não a Nós, Mas ao Teu Nome Para Tua Glória🙏❤️🙏

Comendador Internacional SMOTH-MIT Fr.✠✠ Diego Nogueira 💫 Diego Templário Smoth-mit 

💫MAESTRAZGO INTERNACIONAL TEMPLARIO💫

🙏🙏🙏🌎🙏SMOTH-MIT🙏🌎🙏🙏🙏

A Ordem dos Cavaleiros Templários foi uma das mais famosas ordens militares cristãs, fundada na França no início do século 12. Ao ouvir seu nome logo nos vêm à mente imagens sobre as Cruzadas, castelos medievais e, é claro, o Santo Graal. Mas você sabia que existe uma teoria que afirma que o Santo Graal se encontra na América e que foi trazida pelos templários antes da chegada de Colombo? Esta hipótese também relata que os nazistas conheciam esta história e que, inclusive, procuraram esta relíquia tão cobiçada na América Latina. Do México à Patagônia, vamos atrás das pistas dos Templários e seus tesouros lendários.



Peru Incas

 Xolotl no Museu Nacional da Dinamarca 

 O Museu Nacional da Dinamarca, em Copenhague, abriga dois extraordinários mosaicos mesoamericanos da era pré-hispânica que foram objeto de pesquisas recentes.  Embora conhecidos desde o século XIX graças ao antropólogo Edward B. Tylor, estes mosaicos não receberam a atenção que merecem até agora.

 Uma das revelações mais surpreendentes é que um destes mosaicos, anteriormente identificado como uma imagem de Tláloc, representa na verdade o deus Xólotl, o “duplo” de Quetzalcóatl com características canídeas.

 Além disso, descobriu-se que estes objetos foram adquiridos “debaixo da mesa” num leilão em Londres em 1859, vendidos pelo negociante britânico William Chaffers.

 #História #ArteAntiga #MosaicosMesoamericanos #MuseuNacionaldaDinamarca #ArqueologiaMexicana

Arqueologia Brasil

Estas são as línguas indígenas da Colômbia:

As 65 línguas indígenas existentes são: achagua, andoque, awapit, bará, barsano, barí ara, bora, cabiyari, carapana, carijona, cocama, cofán, cuiba, curripaco, damana, desano, embera, ette naka, hitnu, guayabero , ika siona, siriano, taiwano, tanimuca, tariano, tatuyo, tikuna, tinigua, tucano, tucuná, tuyuca, uitoto, uwa, wanano, wayuunaiki, wounaan, yagua, yanuro, yuhup, yukpa e yuruti.
Namtrik - Namuy Wam, Zenu, Muysccubun



LUZIA, O MAIS ANTIGO FÓSSIL HUMANO DAS AMÉRICAS – LAGOA SANTA-MG – (12.000 a 8.000 anos atrás)
Além de fósseis encontradas na Serra da Capivara, no Paiuí, existe também um antigo conjunto de 17 fósseis achados no município de Lagoa Santa, em Minas Gerais. Fósseis de habitantes da região que haviam sido descobertos por Peter Lund (1801-1880) no século XIX, e que em 1842, já lhe chamara a atenção por apresentarem crânios estreitos e faces projetadas para a frente, características de povos africanos que vivem ao sul do deserto Saara. Mas esses crânios ficaram esquecidos em caixas no Museus Nacional no Rio de Janeiro por muito tempo.
Em 1974, na Lapa Vermelha IV, em Lagoa Santa, durante a escavação da equipe de Annette Laming-Emperaire (1917-1977), foi descoberto um esqueleto humano que foi datado pelo teste de Carbono 14, como tendo 11.500, e é o mais antigo fóssil humano até agora encontrado em toda América. Posteriormente foi apelidado de “Luzia”.
No final da década de 1980, o bioantropólogo e arqueólogo Walter Alves Neves (nasc. 1957), em parceria com o colega argentino Héctor Pucciarelli, começaram a reexaminar os crânios originalmente escavados por Lund, em Lagoa Santa. Então Neves ficou surpreso ao perceber que essas pessoas tinham morfologia muito parecida com as encontradas hoje em africanos, aborígenes da Austrália e nativos da Melanésia, todas de populações consideradas negras. Então Neves e companhia retomaram as escavações em Lagoa Santa e encontraram mais 30 novos crânios datados pelo Carbono 14, de até 8.000 anos atrás.
“Luzia” ganho a aparência em 1999, graças ao trabalho de Richard Neave (1936), um antropólogo forense britânico, um sujeito capaz de reconstituir as características físicas de um esqueleto para ajudar a polícia a identificar pessoas, solucionar crimes ou acidentes. O fóssil dessa mulher pré-histórica contribui para reacender um antigo debate em torno das origens do homem americano. De acordo com o paleoantropólogo Walter Neves, responsável por batizar o fóssil, a morfologia do crânio de Luzia a aproximaria dos atuais aborígenes da Austrália e nativos da África.
Luzia colocou ainda mais dúvidas na já claudicante e quase extinta “Teoria Clóvis”, que estabelecia que todos os habitantes das Américas eram descendentes de uma leva de asiáticos da região da Sibéria nas proximidades do Lago Baikal, que teriam atravessado o Estreito de Beringia por volta de uns 12.000 anos atrás, já que Luzia é uma mulher com características bem distintas dos indígenas atuais que são mais próximos do grupo epigenético mongóis.
Luzia foi investigada pelos bioantropólogos e arqueólogos Walter Alves Neves, André Pierre Prous Poinier (1944), Joseph F. Powell (1933-2015), Erik G. Ozolins e Max Blum. Neves levantou a hipótese de que a ocupação da América foi mais antiga do que até então se imaginava, embora não recuando muito no tempo, cerca de 14 mil anos antes do presente, e que foi realizada por vários povos de regiões distintas, como da Oceania e da África. Essa tese não é bem aceita por muitos cientistas.
Os estudos realizados na região habitada por Luzia e outros paleoíndios demonstram que eles desconheciam a cerâmica e que sua indústria lítica era rudimentar. Pesquisas recentes afirmam que esses homens eram sedentários. Numerosos enterros e uso de matérias-primas existentes apenas neste local reforçaram estas ideias. Uma análise das cáries nos dentes destes americanos demonstra que eles, embora não tivessem agricultura, se aproveitavam intensamente de recursos vegetais.
Na época em que eles viveram na região, ali mesmo viviam tatus gigantes com uma tonelada e 3 metros de comprimento, preguiças gigantes com 200 quilos e do tamanho de um bezerro, “tigres” dentre de sabres com 3 metros de comprimento, embora esse nome não seja muito correto pois seu parentesco com os tigres atuais está muito distante. Foram detectados ossos desses animais gigantes até por volta de uns 9.500 anos, dois mil anos depois da época de Luzia.  Entretanto não há indícios que o povo de Luzia, usasse esses animais para alimentação, embora não se possa descartar que isso possa ter ocorrido.
Segundo estudos dos restos alimentares eles consumiam vegetais e viviam da caça de animais de médio e pequeno porte como veados, roedores e lagartos. Embora alguns pesquisadores culpem o aparecimento do homem na região para o desaparecimento da megafauna, devemos considerar que as mudanças climáticas provocadas pelo fim da Idade do Gelo há cerca de 10.000 anos, possa ser a causa primordial do desaparecimento dessa megafauna.
Sabemos que por volta de uns 40.000 anos o “homo-sapiens” já tinha chegado a todas as partes da Europa, Ásia e Oceania. Estudos mostram que muitos habitantes do leste da Ásia mantiveram suas características africanas por muito tempo como demonstram não só os habitantes primordiais da Austrália e Nova Guiné, como tribos isoladas das Filipinas, da Malásia e da Micronésia. É possível que povos com essas características, habitando alguma parte da Ásia, tenham chegado as Américas bem antes dos asiáticos com características mongólicas. Então não teriam necessidade de atravessar os oceanos de barco. Mas podiam navegar pelas costas do Pacífico apenas com caíques ou jangadas.
E se eles chegaram em Monte Verde, no sul do Chile, cerca de 13.000 anos atrás, poderiam ter chegado bem antes a Lagoa Santa, em Minas Gerais, que é muito mais próximo do Alasca do que o estremo sul do Chile.
Talvez os mais antigos remanescentes do povo de Luzia sejam os índios botocudos, que moravam no interior de Minas Gerais e foram os inimigos mais renitentes dos invasores portugueses, até eles serem dizimados, no começo do século XIX, por ordem de Dom João VI. Hoje descendentes desses povos ancestrais pode ser os Xavantes, do tronco linguístico Jê.
Depois disso, os antropólogos Rolando Gonzáles-José, Frank Williams e William Armela, contestaram a teoria de Neves. Eles afirmaram que o crânio poderia ser classificado como um paleoíndio típico. O próprio Neves mudou de opinião quando, no ano de 2005, uma pesquisa confirmou que ela era parecida com os atuais índios “botocudos”.
Uma pesquisa recente, publicada na revista “Science”, foi realizada por um grupo de arqueólogos liderado por Eske Wileslev (1971), professor das universidades de Cambridge e Copenhague. O estudo surgiu a partir da realização de testes de DNA de esqueletos do continente, tanto antigos quanto recentes e, mais uma vez, Luzia foi apontada como semelhante aos índios modernos. Não só ela, mas todos os fósseis se mostraram semelhantes aos índios modernos da América do Norte, local onde foi iniciada a colonização asiática da América.
FONTES:
LOPES, Reinaldo José – 1499, o Brasil antes de Cabral – Harpes Collins, Rio de Janeiro, 2017.
PROUS, André – Arqeuologia Brasileira - Editora UnB, Brasília-DF, 1992
RIBEIRO, Ronaldo – O quebra-cabeça da Pré-História - National Geographic, nº 8, dezembro de 2000.
Vale a pena ver
https://www.youtube.com/watch?v=qafigWd4CCA