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domingo, 6 de agosto de 2017

America

A origem da prática de tribo sul-americana de encolher a cabeça de seus inimigos

O "poder espiritual" de uma cabeça encolhida durava apenas um ano
A tribo indígena Shuar, na região amazônica hoje pertencente a Equador e Peru, foi uma das poucas que os conquistadores espanhóis não conseguiram subjugar quando chegaram à América do Sul, no século 16.
Mas não é o espírito aguerrido desses índios que desperta a curiosidade popular e acadêmica. Os Shuar são mais conhecidos pela tradição de encolher cabeças.
Na verdade, embora outras tribos do mundo constumassem decapitar inimigos, os Shuar são uma das únicas comunidades do mundo que a reduziam de tamanho.
A tribo ainda existe, mas o ritual caiu em desuso depois de proibido pelos governos peruano e equatoriano nos anos 50 e 60, respectivamente.
Mas por que os Shuar faziam isso? E que técnica usavam para criar uma tsantsa (o nome que davam às cabeças reuduzidas).

'Vivos depois de mortos'

Um conceito-chave para entender as motivações do Shuar é que eles acreditam na vida depois da morte. Um inimigo morto permanecia vivo dentro de sua cabeça.
Direito de imagem Narayan k28 / Wikipedia
Image caption Tsantsas podem ser encontradas em vários lugares do mundo, pois foram trocadas por objetos com europeus
Eles acreditavam que, ao decapitar e encolher a cabeça do inimigo, o vencedor se apoderava do espírito do vencido.
"A ideia era aprisionar o espírito para evitar que se vingasse da morte do guerreiro vencido", conta Tobias Houlton, antropólogo da Universidade Witwatersrand, em entrevista à BBC Mundo, o serviço da BBC em espanhol.
"O objetivo do encolhimento era escravizar o espírito, não destruí-lo".

Receita de encolhimento

Uma vez cortada a cabeça, os Shuar, retiravam a pele do crânio e depois sacavam olhos, músculos e gordura da cabeça.
Direito de imagem Museu Mutter
Image caption Vedar orifícios era crucial para evitar que o espírito do guerreiro derrotado escapasse
O passo seguinte era fechar orifícios e cozinhar a pele em água de rio em uma cabaça durante meia hora. Mas sem deixar que a água fervesse.
"Se isso acontecesse, havia o risco de que a pele partisse e o cabelo se desprendesse", explica Houlton.
"Quando retiravam a pele da cabaça, ela já tinha encolhido a um terço de seu tamanho original".
Dali, recolocavam a pele no crânio e montavam uma espécie de forno usando pedras e areia quentes. O calor reduzia a cabeça a um quinto de seu tamanho.
Direito de imagem Divulgação
Image caption Processo podia fazer com que cabeça encolhesse para um quinto do tamanho original
Os índios esfregavam cinzas na pele, o que dava uma tonalidade muito mais escura, e decoravam a cabeça com uma série de objetos, de penas a carcaças de besouros e conchas.
"Os orifícios tinham que ficar tapados para evitar que os espíritos fugissem", explica Anna Dhody, curadora do Museu Mütter, na Filadélfia (EUA).
As cabeças ganhavam ainda cordões, para serem usadas como talismãs.

Poder temporário

E todo esse trabalho tinha que ser repetido a cada ano e meio ou dois, pois os Shuaras acreditavam que os talismãs perdiam o efeito após este período.
Os sinais de diminuição de poder do espírito podiam vir de colheitas ruins ou da queda de fertilidade das mulheres da tribo.
"Uma vez que os amuletos perdiam o poder espiritual, os Shuar perdiam todo o o interesse em conservá-las", contou Houlton.
Por isso é que as cabeças, então, eram trocadas em transações com os exploradores europeus.

 

Civilozações antigas

Como foram as buscas pela cidade perdida de El Dorado?

Lenda de cidade sul-americana coberta de pedras preciosas se espalhou ao longo dos séculos e atraiu vários exploradores

access_time 19 jun 2017, 15h46
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O mito do El Dorado, um lugar cheio de ouro e esmeraldas, é a típica história sem pé nem cabeça que foi se transformando ao longo do tempo. Tudo começou em 1536, quando uma expedição liderada pelo conquistador espanhol Gonzalo Jimenez de Quesada avançou pela selva colombiana e travou contato com a nação indígena muísca. Eles teriam um ritual que enlouqueceu os europeus: quando um novo rei era eleito, os muíscas cobriam o futuro soberano com pó de ouro – daí o nome El Dorado, “o dourado” em espanhol. O rei, então, subia numa canoa e jogava pedras e mais pedras preciosas no meio de um lago para agradar aos deuses e garantir um bom reinado.
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A notícia correu entre os espanhóis e, com o tempo, a lenda foi crescendo. O que era a descrição de um ritual virou ora relato sobre um reino, ora sobre uma cidade onde tudo era lotado de ouro e esmeraldas, dos talheres até as ruas. Os muíscas começaram a se fragmentar após os primeiros contatos com os colonizadores espanhóis no século 16. Os últimos vestígios da civilização foram encontrados no século 18.
É quase certo que nunca existiu uma cidade coberta de ouro na América do Sul. Mas a simples possibilidade de haver algo parecido com El Dorado mexeu com imaginação de aventureiros por quase 500 anos. Para ter uma ideia, em pleno século 20, pelo menos três famosos exploradores morreram buscando a cidade, muitas vezes descrita também como o último grande refúgio do Império Inca, onde estariam guardados vários tesouros. Desapareceram nas florestas sul-americanas no século passado o britânico Peter Fawcett (1925), o franco-americano Serge Debru (1970) e, mais recentemente, o norueguês Lars Hafksjold (1997).
Mas as maiores aventuras na busca por essa cidade perdida foram protagonizadas pelos exploradores espanhóis que chegaram à América do Sul no século 16. No mapa abaixo você confere como foram as expedições mais incríveis dessa época e também achados recentes que reacenderam as lendas sobre El Dorado.

PERDIDOS NA SELVA

Expedições espanholas acharam até índias guerreiras, mas nada da cidade dourada
(Sattu, Luiz Iria, Luciano Veronezi e Rodrigo Cunha/Mundo Estranho)
1. Em 1522, o espanhol Gonzalo Jimenez de Quesada iniciou uma expedição no litoral da Colômbia que resultaria na fundação de Bogotá. Durante a aventura, ele enriqueceu pilhando ouro e esmeraldas e foi o primeiro a ter contato com a lenda de El Dorado
2. Quando enfrentou o Império Inca no Equador, o capitão Sebastián de Belalcazar também ouviu de um prisioneiro histórias sobre El Dorado. Ele desertou das tropas espanholas em 1535 e rumou para o norte. Sua aventura terminou, sem ouro nem glória, em Bogotá, recém-fundada por Gonzalo Quesada
3. Também partindo de Quito, outro conquistador, Gonzalo Pizarro, resolveu “só” atravessar os Andes em 1540. Após um ano, ele já havia perdido 3 mil homens… Mais um ano depois e ele retornou a Quito sem achar nada, numa das expedições mais desastradas em busca do El Dorado
Veja também
4. Francisco de Orellana pertencia à expedição de Gonzalo Pizarro, mas ele e cerca de 50 homens se perderam do grupo principal em 1541. E bota se perder nisso: navegando numa jangada, Orellana foi parar no rio Amazonas!
5. Seguindo a corrente do enorme rio, Orellana passou por poucas e boas. Segundo seus relatos, ele teria até lutado contra tribos de índios lideradas por mulheres, como as temíveis amazonas da mitologia grega. O explorador chegou ao litoral do Pará em 1542 e dali subiu até a Venezuela. Sem achar a cidade dourada, é claro
6. O mesmo Gonzalo Quesada que iniciou a busca por El Dorado também organizou uma das últimas grandes expedições espanholas. Em 1569, já com 60 anos de idade, ele saiu de Bogotá com cerca de 2 mil homens rumo à selva. Voltou, três anos depois, com apenas 70 soldados e com quase toda a sua fortuna perdida…

sábado, 5 de agosto de 2017

Historia

7 coisas sobre o Egito Antigo que ainda não foram explicadas

Poucas civilizações conhecidas pela humanidade carregam uma reputação de tanto mistério como a dos egípcios antigos. Ao longo dos vários séculos de pesquisas e estudos, conseguimos acumular muitas respostas sobre o Egito, mas ainda hoje, muitos mistérios comprovam que ainda há muito a aprender sobre esse povo.
Mesmo que arqueólogos, historiadores e outros especialistas continuem investigando as pirâmides e os mistérios do deserto, desconhecemos o destino de muitos reis e faraós, a importância de monumentos ou o relacionamento dos egípcios com outras civilizações da época.
Nós separamos algumas das maiores perguntas sogre os egípcios que ainda não tiveram resposta da ciência.

1 – Como Tutancâmon morreu?


O mais famoso faraó do Egito, Tutancâmon, morreu jovem de uma forma que até hoje ninguém consegue esclarecer, apesar de algumas suspeitas. Um grupo de pesquisadores britânicos se baseou em raios-x feitos em 1969 para afirmar que o faraó sofreu com enorme dano nas costelas e tinha uma perna quebrada. Com isso, a equipe concluiu que o jovem rei pode ter morrido após a colisão com uma carruagem.
De acordo com a National Geographic, existem outras possibilidades. O dano poderia ter sido causado por algum animal feroz, como um hipopótamo. Além disso, várias de suas costelas estão desaparecidas. Elas poderiam ter sido destruídas no acidente, mas também removidas por saqueadores da Segunda Guerra Mundial.

2 – Onde está o túmulo de Alexandre, o Grande?


A revista Archaeology Magazine publicou dois artigos assinados por Robert Bianchi, em 1993 e 1995, sobre a busca pelo túmulo de Alexandre, o Grande. No entanto, não deveria haver nenhum túmulo, já que o líder queria ser jogado no rio Eufrates depois de sua morte. Apesar do desejo, seus generais teriam decidido enterrá-lo em um lugar que ainda não foi revelado.
Ele teria sido colocado em Mênfis, no Egito, mas teria sido movido para um novo túmulo em Alexandria. Mais tarde, também em Alexandria, ele teria sindo transferido para um outro túmulo até que o local teria sido danificado, vandalizado ou saqueado, apagando quaisquer rastros do corpo de Alexandre.
Em 1993, o Conselho Supremo de Antiguidades reconheceu 140 buscas separadas pelo túmulo de Alexandre, mas nenhum deles foi capaz de encontrar o local definitivo do corpo depois da destruição do túmulo.

3 – Qual o nome original da Esfinge?


Por séculos, pouco se soube sobre a Esfinge, mas graças aos esforços de arqueólogos (em especial, Mark Lehner) foi possível descobrir novas informações. Já se sabe quem ordenou sua construção (Faraó Khafre), como ela foi construído e quanto tempo durou a obra, mas não muito mais que isso. Um dos maiores mistérios ainda hoje é o verdeiro nome da construção.
A palavra Esfinge veio do grego e ainda não existia quando os egípcios construíram o monumento, mas como esse povo não escrevia a própria história, não temos evidência de como ela era chamada. Outro mistério envolvendo o monumento é o seu simbolismo e propósito.

4 – O que aconteceu com a rainha Nefertiti?


Além de Cleópatra, Nefertiti é frequentemente reconhecida como uma das rainhas mais famosas do Egito. Por anos, ela governou ao lado do faraó Aquenáton, até que simplesmente desapareceu. De acordo com os registros históricos, não há informações sobre Nefertiti depois de 1336 AC, nem mesmo túmulos ou múmias.
Uma famosa teoria defende que ela se manteve no governo e mudou o nome para Neferneferuaten, enquanto outra defende que ela passou a se chamar Smenkhkare e se tornou faraó disfarçada de homem. Apesar disso, não existe nada que possa sustentar as teorias, além do surgimento dos nomes na história.
Em 2015, o governo do Egito anunciou que uma nova câmara havia sindo encontrada no túmulo de Tutancâmon, incluindo o que poderia ser a cripta de Nefertiti.

5 – Quantas câmaras existem na Grande Pirâmide de Gizé?


Por muito tempo, acreditava-se que havia três câmaras no interior da pirâmide: uma para o rei, uma para a rainha e uma grande galeria. Em outubro de 2016, pesquisadores utilizaram métodos de raio-x e termografia para descobrir evidências de duas possíveis novas câmaras, confirmando teorias anteriores.
Desde 1993, vários pequenos robôs foram colocados dentro da pirâmide e voltaram com imagens de túneis misteriosos que ninguém ainda tinha conhecimento. Apesar dos túneis parecerem inúteis, sugeriam que havia mais áreas misteriosas e desconhecidas no local. Ainda hoje, não sabemos quantas câmaras existem e quais seus verdadeiros propósitos.

6 – Quem era os Povos do Mar?


Os povos do mar são um suposto grupo de piratas e saqueadores que navegavam pelo Mediterrâneo e tinham o Egito como um dos principais alvos de seus ataques. Ainda que tenham sido grandes adversários dos egípcios, não ganharam mais do simples menções em pergaminhos e documentos daquele povo.
Governantes como Ramsés II mencionaram os Povos, mas não deram explicações sobre quem eram ou de onde vinham. Dependendo dos relatos, os Povos do Mar são apontados como aliados de diferentes nações, mas também como mercenários que se uniam para conquistar várias terras. Sem registros escritos, só podemos imaginar quem realmente eram esses Povos.

7 – Onde exatamente estava o Reino Perdido de Yam?


Em algum lugar do Egito, há mais de 4 mil anos, existia um misterioso reino chamado de Yam. Era uma terra de riquezas mencionada, por exemplo, em relatos no túmulo do tesoureiro Harkhuf. Mesmo com sua importância para a época, Yam se perdeu no tempo e arqueólogos e especialistas não fazem ideia de onde o reino ficava.
A maioria dos pesquisadores acredita que a região era acessível aos egípcios, ao sul ou ao oeste por meio do Nilo. Mas as mesmas inscrições encontradas no túmulo de Harkhuf dizem que a viagem de ida e volta até Yam demorava sete anos. Com base na velocidade dos animais utilizados na época, os especialistas acreditam que a viagem seria perigosa demais e não permitira a vida e segurança do viajante, deixando a localização precisa do reino ainda mais misteriosa.

 

Estórias da História: 22 de Junho de 1633: A Inquisição obriga Galileu G...

Estórias da História: 22 de Junho de 1633: A Inquisição obriga Galileu G...: No dia 12 de Abril de 1633 iniciava-se o processo contra Galileu Galilei. Galileu, possuindo muitos privilégios junto da cúria, em vez de ...

Cemiterio de ancestrais

Encontram na Nicarágua cemitério de 1.200 anos

Encontram na Nicarágua cemitério de 1.200 anos
Funcionários do Instituto Nicaraguense de Cultura (INC) trabalham no sitio arqueológico em Managua, , em 20 de junho de 2017
Um sítio arqueológico de 1.200 anos, com ossadas humanas e vasos de cerâmica, foi encontrado a oeste da capital nicaraguense, onde existia uma cemitério pré-colombiano, disseram nesta terça-feira os pesquisadores.
O sítio foi encontrado na área onde é construído o novo Estádio Nacional de Beisebol e contém vestígios de enterros, urnas funerárias de cerâmica e restos humanos, segundo especialistas citados pela emissora estatal Canal 6.
Uma ossada mostra o crânio com alguma dentição e extremidades, embora já não existam os restos correspondentes a mãos e pés.
Os materiais encontrados por operários que faziam as escavações para a instalação elétrica da iluminação do estádio “correspondem a um contexto funerário de 800 a 350 anos depois de Cristo”, explicou a diretora de Arqueologia do Instituto Nicaraguense de Cultura (INC), Ivonne Miranda.
Também encontraram objetos que datam do mesmo período nas cidades de Masaya e Granada (sudeste) e Rivas (sul), explicou.
“Isto permite compreender um pouco melhor como foi a dispersão destes materiais em um mesmo espaço de tempo […] e tentar resgatar a identidade cultura dos antigos povoados de Manágua”, comentou a especialista.
A descoberta arqueológica também “serve [para saber] como era o comportamento de nossas sociedades pré-hispânicas”, assinalou Miranda.
O estudo das urnas funerárias está a cargo do INC junto com o Centro Arqueológico de Documentação da Universidade Nacional Autônoma da Nicarágua e da prefeitura de Managua.
As peças arqueológicas serão levadas para o Palácio Nacional da Cultura para a análise em laboratório, segundo Miranda.
O terreno onde foi encontrado este cemitério ficou desabitado durante muitos anos e ao seu redor está a Universidade de Engenharia e um condomínio de militares construído na década de 1990.

Educação


Wilton Cesar Leitão
Foto de 1923, do Grupo Escolar Isabel Maria das Neves, na Av. João Machado.
O Grupo Escolar Isabel Maria das Neves. Foi construído na nova Avenida João machado, que representava uma artéria de expansão da Cidade de João Pessoa no período. Teve sua inauguração em 16 de fevereiro de 1921. Obra do Arquiteto Italiano, Hermenegildo Di Lascio, Este foi o primeiro edifício que atendeu a todas as prescrições exigidas para construção de grupos escolares pelo Estado, divulgadas no Jornal O educador em 14 de novembro de 1921.
Este edifício não possui pátio central (o pátio descoberto ficava na parte posterior do lote), nem tem planta simétricas como os outros, apesar de apresentar simetria na sua fachada. Assim seu volume é menos compacto. Este foi o primeiro Grupo Escolar da cidade a apresentar alem do térreo um pavimento superior, dando-lhe um aspecto imponente. Além de ser solto dos limites de seu grande terreno, possui jardim amplo,
com arvores e parte posterior livre para recreio.
Foto do acervo da família Sturket, texto do trabalho de Pós Graduação em Arquitetura e Urbanismo, da senhora Maria Goldfarb de Oliveira.

Antropologia

Primeiros humanos chegaram na América 10 mil anos antes do que pensávamos

Primeiros humanos chegaram na América 10 mil anos antes do que pensávamos

 

O momento em que os primeiros seres humanos chegaram na América (até onde sabemos) através do Estreito de Bering acaba de ser recuado em 10 mil anos.

Isto foi demonstrado sem sombra de dúvida por Ariane Burke, professora do Departamento de Antropologia da Universidade de Montreal (Canadá), junto de sua estudante de doutorado, Lauriane Bourgeon e de Thomas Higham, diretor adjunto da Unidade de Acelerador de Radiocarbonos da Universidade de Oxford (Reino Unido).
Os registros mais antigos da América do Norte datavam de 14 mil anos atrás, mas de acordo com a nova estimativa, os primeiros seres humanos já estavam aqui 10 mil anos antes disso (24 mil anos atrás), durante o último período glacial.
Os pesquisadores fizeram sua descoberta usando artefatos das cavernas Bluefish, localizada às margens do rio Bluefish, na fronteira do Alasca. O local foi escavado pelo arqueólogo Jacques Cing-Mars entre 1977 e 1987. Com base na datação por radiocarbono dos ossos de animais, o pesquisador levantou a ousada hipótese de que o assentamento humano na região datava de 30 mil anos atrás.
Na ausência de outros locais de idade similar, a hipótese Cing-Mars permaneceu controversa na comunidade científica. Além disso, não haviam evidências de que a presença de ossos de cavalos, mamutes e bisões nas cavernas de Bluefish tinham relação com a atividade humana.
Para tirar as dúvidas, Bourgeon examinou aproximadamente 36 mil fragmentos de ossos retirados do local e preservado no Museu Canadense de História. A análise revelou vestígios inegáveis da atividade humana em 15 ossos; cerca de outros 20 fragmentos mostraram prováveis vestígios do mesmo tipo de atividade.
“Séries de linhas retas em forma de V na superfície dos ossos foram feitas por ferramentas de pedra usadas para remover pele de animais”, disse Burke. “Indiscutivelmente, estas marcas de corte foram criadas por humanos. Nossa descoberta confirma as análises anteriores e demonstra que este é o mais antigo assentamento humano conhecido no Canadá.”
Bourgeon submeteu os ossos a datação de radiocarbono. O fragmento mais antigo, uma mandíbula de cavalo mostrando marcas de uma ferramenta de pedra aparentemente usada para remover a língua, foi datado como pertencente a um período entre 23.000 e 24.000 anos atrás.
Os resultados do doutorado de Lauriane Bourgeon foram publicados na edição de 06 de janeiro da PLoS One, sob o título “Earliest Human Presence in North America Dated to the Last Glacial Maximum: New Radiocarbon Dates from Bluefish Caves, Canada“. A publicação tem coautoria da professora Burke e do Dr. Thomas Higham, mencionado no início desta publicação.

Aprenda História


Aprenda História
A Tabuleta do dilúvio - Épico de Gilgamesh.
Museu Britânico de Londres.
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Essa é a Tabuleta do dilúvio, é assim chamada porque seu conteúdo trata de uma história muito semelhante à da Arca de Noé.
Feita há cerca de 2.600 anos, foi descoberta no norte do que é agora o Iraque moderno.
A escrita cuneiforme é uma da primeiras formas de escrita da humanidade.
Um assistente do museu, chamado George Smith, foi o primeiro que a traduziu em 1872.
Segundo contam, ao perceber que o conteúdo se assemelhava com o do texto da Arca de Noé, ele "saltou e correu pela sala em estado de excitação e, para o espanto dos presentes, começou a se despir.
Essa tabuleta fazia parte da famosa Biblioteca de Ashurbanipal - que era uma tentativa do rei neo-assírio de colecionar todo o conhecimento no mundo

Educação, conflitos religiosos e étnicos no sertão de São Paulo

Educação, conflitos religiosos e étnicos no sertão de São Paulo

Divergências entre protestantes e católicos estão na origem do povoado de Iepê e deixaram marcas na geografia da cidade

O vídeo acima resume, num tom conciliatória, a história da origem da cidade onde “nasci” (na verdade, nasci em Assis, porque em Iepê não tinha hospital em 1974). Ele me foi sugerido pelo pesquisador independente José Carlos Daltozo, que manteve o blog Postais do Mundo em Opera Mundi.

Saiba mais sobre nossa campanha de assinatura solidária; além de nos apoiar, você também ganha recompensas
Como toda história assim contada, podemos perceber nas entrelinhas os confrontos religiosos e étnicos que deram origem à cidade. Ela é muito interessante – começa com a disputa sobre a criação de uma escola – e deixou marcas bastante evidentes na geografia da cidade: a praça da matriz é presbiteriana, por exemplo, apesar de hoje ser uma cidade de imensa maioria católica.
Já pensei em fazer uma pesquisa mais detalhada sobre alguns episódios, como a história do cemitério (em que, se não me trai a memória, há momentos bem mais tensos, como o uso de porcos para violação de covas), mas não tive forças.

Para registro: lembro bem em 1986 que meu pai perguntou a minha avó em quem ela votaria para vereador – ela respondeu algo como “o Carlinhos da Bicicleta”, e meu pai brincou: “A senhora, votando em protestante…” Ela riu bastante, mas riu constrangida, e falou algo como: “Ah, Zeca, não tem mais isso, não”.
A minha família é católica, como se vê, e, no ramo iepeense, de camponeses italianos. Até onde pude compreender, os caboclos da região eram, grosso modo, os protestantes. Não sei se pela pobreza geral ou pela influência estética protestante, havia poucas imagens na casa de minha avó, inclusive de santos. Nas novenas, ela colocava uma vela na sala e um relicário no quarto, sempre discretamente.
Sobre índios aldeados ou semialdeados da cidade, praticamente nada sei. Mas a hoje cidade de Nantes era chamada, ainda na minha infância, de Coroados, que é o nome em português para os Kaingang – que não falam uma língua tupi, da qual teria saído o nome Iepê, mas uma língua do tronco Jê. A companhia de energia se chama Caiuá (Caiowá). Uma empregada da minha família, a Neuza, era de família indígena (acho que Kaingang, mas não tenho como provar) e contava história arrepiantes do mato pra gente.
Se alguém se aventurar em uma pesquisa sobre memória, identidade, conflitos religiosos ou étnicos, resistência indígena etc., acho que vai encontrar material muito interessante.

 


Castelo Histórico
Poucas pessoas conhecem os heróis que se levantaram contra a Revolução Francesa em defesa da Igreja e da Monarquia, e tiveram como símbolo o Sagrado Coração de Nosso Senhor Jesus Cristo, cuja festa celebra-se no dia de hoje. Tal episódio foi apagado dos livros de História, até recentemente escondido e negado pelo governo francês: o máximo que é possível encontrar são algumas notas de rodapé, poucos sites na internet e só. É dever de todo católico estudar e se inspirar nos heróis que combateram os inimigos da Fé, por isso a página relembra este importante episódio: A Guerra da Vendeia, que também se estendeu à Bretanha, regiões francesas profundamente católicas.
Em 1790, o governo local foi abolido, seguido de um golpe contra a liberdade da Igreja: a Constituição Civil do Clero. O Estado passaria a controlá-la, tomou suas propriedades, todas as ordens foram suprimidas e milhares de religiosos e leigos foram cruelmente perseguidos. A maior parte dos sacerdotes da Vendeia se recusaram a ajoelhar-se perante o Estado revolucionário. O aumento de impostos em 1792 e a execução do rei em 1793 passaram a aumentar a justíssima indignação dos católicos dessa região. O estopim foi o fechamento de todas as igrejas e a proibição do culto público em março de 1793. Nobres possuíam capelas particulares, mas a maior parte da população não.
Soldados republicanos em Machecoul foram massacrados dias depois, e camponeses transformaram suas ferramentas de trabalho em armas de guerra em St. Florent-le-Viel, derrubando as tropas do governo (fortalecidas por canhões). Assim começava a Guerra. Muitos nobres locais aceitaram liderar os exércitos de camponeses, que lutaram de modo predominantemente guerrilheiro. Quatro grandes exércitos católicos e monarquistas se formaram, e no dia 19 de março ganharam uma grande batalha em Pont-Charrault. Com isso, munição, armamento, cavalos e até canhões foram capturados.
No dia 20 de março, os quatro exércitos se uniram e se autodenominaram "O grande exército católico da Vendeia" (a palavra "Real" foi adicionada mais tarde). As cidades controladas pelos republicanos começaram a cair, primeiro Bressuire em 2 de maio, Fontenay em 25 de maio, e os chegaram a Niort. No norte, Angers caiu no dia 18 de junho, e houve pânico em Paris. Tudo isso conquistaram sem treinamento nem armamento adequado: Eram simples homens do campo, que voltavam para as suas terras após as lutas; homens que defendiam aquilo que de mais caro possuíam e poderiam possuir: Sua Pátria, sua Fé, seu Rei (não apenas o rei francês, mas o Rei do Universo e Seu Sacratíssimo Coração)! Em 19 de julho de 1793, o conselho de governo dos rebeldes emitiu um decreto de sua intenção, "desejando, na medida do possível, restabelecer a religião católica e permitir que ela mais uma vez floresça".
Em termos comparativos, em Waterloo Napoleão possuía de 60 a 70 mil homens; os republicanos enviaram para a Vendeia um contingente de 115 mil homens. Na batalha de Cholet, no dia 17 de outubro, houve um revés decisivo na causa católica: três de seus generais, d'Elbée, Bonchamps e Lescure ficaram gravemente feridos, os dois últimos mortalmente. Iniciou-se então uma caçada contra os contrarrevolucionários remanescentes, que culminou com um massacre em Savenay no dia 23 de dezembro. Os que conseguiram voltar para suas terras viram o horror que "As Doze Colunas Infernais" dos republicanos haviam feito: um verdadeiro genocídio.
"Não deixem ninguém nem nada vivo". Tais eram as ordens dos soldados republicanos. Em janeiro, um reinado de terror começou em Nantes e Angers, onde houve assassinato em massa por afogamento no Loire, na guilhotina e fuzilamentos. O general Waterman (O Açougueiro) gabou-se na Convenção de Paris: "Não há Vendeia. Ela pereceu, com suas mulheres e crianças, sob a nossa espada da liberdade. Seguindo suas ordens, eu esmaguei as crianças sob os cascos dos nossos cavalos, e massacrei as mulheres - elas não darão mais criança alguma para esses rebeldes. Não tomei um só prisioneiro". Surgiram resistências posteriores, mas nenhuma obteve tanto sucesso quanto a primeira. Apesar de estar longe do ideal, a Igreja reconheceu certa liberdade sob Napoleão anos mais tarde e os sinos voltaram a tocar não só na Vendeia, mas em toda a França.
Que o esforço desses heróis, alguns conhecidos e milhares de anônimos, reanime nossa Fé e conceda à França o espírito que ela tanto necessita, bem como à Europa, para enfrentar os desafios causados pela secularização em grande parte iniciada e impulsionada pela famigerada Revolução que esses bravos católicos e monarquistas buscaram combater.
Cor Jesu sacratissimum, miserere nobis!
Vivat Christus Rex!
Na imagem, de cima para baixo e da esquerda para a direita, alguns líderes e figuras importantes do Exército Católico:
Jacques Cathelineau (1759-1793);
Maurice Gigost d'Elbée (1752-1794);
Charles-Melchior Arthus, Marquês de Bonchamps (1760-1793);
Jean-Nicolas Stofflet (1751-1796);
Henri du Vergier, conde de la Rochejaquelein (1772-1794);
François Athanase de Charette de la Contrie (1763-1796);
Pierre Guillemot (1759-1805);
Louis-Marie de Salgues, marquês de Lescure (1766-1793);
Antoine-Philippe de la Trémoille, príncipe de Talmont (1765-1794);
Jean Cottereau (1757-1794).

4 motivos científicos para começar a escrever mais

4 motivos científicos para começar a escrever mais

15/02/2017 - 11H02/ atualizado 11H0202 / por Redação Galileu
 (Foto: Reprodução/Tumblr/psychicdisco)
Não é à toa que tantas pessoas são entusiastas dos diários e agendas: escrever faz bem para a saúde. Separamos cinco estudos que mostram os diferentes efeitos da prática. Leia abaixo — e separe um bloquinho e caneta para começar suas anotações:
1 - Escrever pode literalmente te curar
Em pesquisa conduzida pela Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, um grupo de pessoas entre os 64 e 97 anos escreveu sobre seus problemas pessoasi durante três dias seguidos. Duas semanas depois, uma biópsia foi feita em seus braços e um acompanhamento foi feito durante 21 dias: 76% daqueles que escreveram sobre seus sentimentos já haviam se curado totalmente no 11º dia, em comparação com apenas 42% do grupo que não fez nada. Os pesquisadores acreditam que a prática ajuda a acalmar o indíviduo, reduzindo os hormônios ligados ao estresse no corpo, melhorando o sistema imunológico.
  (Foto: You Tube/RelaxingASMR)
2 - Escrever ajuda você a lidar melhor com seus problemas
Um estudo que acompanhou engenheiros em situação de desemprego mostrou que aqueles que escreviam sobre as dores do fracasso conseguiram achar um novo trabalho mais rapidamente. Após oito meses, em torno de 48% deles já estavam empregados em comparação com apenas 19% dos que não tinham esse hábito. Segundo a pesquisa, os profissionais relataram sentir menos raiva em relação ao chefe antigo, além de beberem muito menos.
  (Foto: YouTube/TerraDiASMR)
3 - Usar sua letra cursiva te ajuda a reter melhor a informação
Em um experimento realizado na Noruega, um grupo de adultos precisou aprender um novo alfabeto. Aqueles que aprenderam a nova língua a partir de escrita manual se saíram muito melhor do que aqueles que utilizaram um teclado. Os especialistas acreditam que isso acontece por causa do tempo e esforço dispensados na escrita manual, o que facilita a fixação da memória.
  (Foto: You Tube/RelaxingASMR)
4 -  Fazer uma lista de  coisas pelas quais você é grato pode melhorar sua qualidade de vida
Cinco frases simples, uma vez por semana. Essa é a receita para dormir melhor, ser mais otimista, ter menos problemas de saúde e até mesmo ter mais vontade de fazer exercícios físicos. É o que indica um estudo na Universidade da California. Os resultados não foram só observados pelos participantes, mas também por suas esposas e maridos, que notaram grande melhora na qualidade de vida dos parceiros.

Arqueólogos apresentam esqueleto de mulher encontrado no Instituto dos Pretos Novos

Equipe de Arqueólogos encontrou esqueleto de uma mulher em escavação em um dos poços de observação do Instituto de Pesquisa e Memória dos Pretos Novos (IPN). Batizada carinhosamente como Josefina Bakhita em homenagem a primeira santa africana da Igreja Católica, a jovem de aproximadamente 20 anos morta há dois séculos é o primeiro esqueleto encontrado inteiro no sítio arqueológico.
Foram sete meses de escavações coordenadas por Reinaldo Tavares, do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em dois metros quadrados no território conhecido como Cemitério dos Pretos Novos. Na atual Rua Pedro Ernesto, escravos recém chegados da África que não resistiam à viagem eram jogados. Isso mesmo, jogados. Dispostos em uma pilha de corpos, em seguida eram queimados para evitar a propagação do cheiro dos cadáveres. E depois enterrados um em cima do outro. É o que os restos mortais encontrados confirmaram.
Esqueleto da jovem encontrado em poço de observação no IPN entrelaçado ao de outra pessoa mostra as condições de sepultamento dos pretos novos
Segundo a arqueóloga Andrea Lessa, além de indícios de carbonização dos ossos, o fato de terem encontrado uma mulher surpreende, já que apenas 9% dos negros trazidos em cativeiro para o Brasil eram do sexo feminino. “Não há padronização na disposição dos corpos. É como um mosaico, indicando que foram colocados ali simultaneamente sem proteção ou separação. Em cima de Bakhita, podemos ver a perna de outra pessoa e mais um crânio sem qualquer cuidado na hora do sepultamento. Se é que podemos chamar isso de sepultamento”, afirma Lessa.
Desde que descobriu o sítio arqueológico em janeiro de 1996 na casa vizinha a que mora até hoje, Merced Guimarães, diretora do IPN, luta pela proteção e divulgação da história. E desde então imaginava que haveria corpos mais bem conservados se escavassem mais a fundo. “Tinha um sentimento de que talvez mais abaixo encontraríamos. Em cima, vemos fragmentos de ossos. O que era uma suposição agora se confirma: os corpos mais antigos estão mais embaixo. Me comove e me incomoda. E é por isso que eu me envolvi na luta para não deixar essa história se perder”, explica.

 

Amuletos egípcios: significados dos símbolos e os seus usos

Quando pensamos em antiguidade egípcia de forma geral a palavra-chave principal é religião. De fato, os indivíduos que viveram sob a autoridade do rio Nilo — e os oásis mais próximos — eram extremamente religiosos e vinculavam parte do seu sucesso, mesmo que dependessem de muita força humana, a divindades, a forças sobrenaturais.
Contudo, pode-se dizer que existe um grande paralelo na religião egípcia onde por um lado ela era exercida pelo faraó e os sacerdotes, cercada pelo mistério e as relações de poder. Do outro, temos a população comum, impedida de adentrar na maioria dos espaços mais sagrados, tendo como alternativa realizar pequenos rituais ou se utilizar de amuletos para alcançar algum objetivo (ANDREWS, 1994).

Variedades de amuletos do Ashmolean Museum. ISBN 84-7838-737-4
Variedades de amuletos.
O amuleto, ou talismã, é um ornamento pessoal que graças ao seu formato, matéria-prima ou cor poderia dotar o seu portador de capacidades mágicas ou conceder proteção. Na antiguidade egípcia eles faziam parte do cotidiano tanto das pessoas comuns, como da nobreza e da realeza. Na tumba do faraó Tutankhamon, por exemplo, foram encontrados dezenas deles (TIRADRITTI, 1998; JAMES, 2005). A importância dada a estes objetos era tamanha que eles poderiam ser utilizados tanto em vida como no pós-morte. Ainda tinham aqueles que possuíam um uso unicamente funerário, como era o caso do Livro dos Mortos, que eram confeccionados unicamente para ser postos dentro da sepultura (ANDREWS, 1994).

Os amuletos egípcios foram o tema do vídeo especial do Arqueologia Egípcia em comemoração dos mais de 3.000 inscritos no canal. Assista para conhecer mais sobre o universo da religião egípcia.
Alguns tipos de amuletos
Vários foram os tipos de amuletos que prometiam algum tipo de proteção. Um exemplo é o já citado Livro dos Mortos, uma coletânea de fórmulas mágicas destinadas a proteção do falecido. Existiam também os decretos oraculares, que a partir do Terceiro Período Intermediário passaram a ser registrados em cilindros que eram utilizados ao redor do pescoço do interessado. Imagens de antepassados também poderiam assumir funções amuléticas. Gestantes e recém-nascidos tinham algumas opções de proteção devido ao grau de risco que sofriam: Um amuleto com a imagem da deusa Tauret poderia resguardar a grávida e determinadas vestimentas conferiam proteção na hora do parto. Imagens do deus Bés tinha como intenção guardar o recém-nascido e como proteção extra os pais tinham como opção amarrar um papiro com uma fórmula mágica prometendo a sobrevivência da criança ou adotar um vaso cerâmico para leite retratando a imagem de uma mulher amamentando (ANDREWS, 1994; TIRADRITTI, 1998; DAVID, 2011).

Vaso para leite. www.resignation.bg/gallery
Porém, apesar de sabermos a utilidade de uma série destes objetos, a maioria possui o uso ainda desconhecido ou confuso. Imaginem que são dezenas de amuletos com variadas formas — algumas das quais faziam sentido somente para os antigos egípcios, a exemplo do nefer (veja quadro a seguir) —, com imagens de animais que representavam diferentes divindades e mesmo retratando sincretismos. Abaixo vocês poderão conferir uma simples variedade destes objetos e seus respectivos usos:
Imagem Nome/Forma/Divindade Significado
  Ankh Vida.
  Wedjat Proteção, um amuleto que conferia saúde.
  Djed Estabilidade, permanência.
  Tyet Também chamado de “nó de Ísis”, era colocado no pescoço do morto para a sua proteção.
  Nefer Não se sabe a sua serventia. Provavelmente tem algo a ver com beleza ou perfeição.
  Tauret Amuletos com a forma desta deusa tinham a intenção de proteger as gestantes e promover um bom parto.
  Bés Amuletos com a forma deste deus tinham como objetivo proteger as crianças e afastar os maus sonhos.
  Tartarugas Afastar o mal através da intimidação.
  Relacionados com a deusa Hequet, conferiam a fertilidade e renascimento.
  Ib O coração do falecido. Conferia eternidade.
  Kheper (escaravelho)

 

arqueologistas descobrem linguagem perdida
A evidência de uma língua antiga esquecida que remonta a mais de 2.500 anos, até o tempo do Império Assírio, foi encontrada por arqueólogos que trabalhavam na Turquia.

    
Se a teoria que os falantes desta língua vieram do Irã ocidental está correta, então existe o potencial aqui para completar a imagem do primeiro império multiétnico do mundo.
    
John MacGinnis
Os pesquisadores que trabalham em Ziyaret Tepe, o local provável da antiga cidade assíria de Tušhan, acreditam que a língua pode ter sido falada por deportados originalmente da região de Zagros, na fronteira com o Irã e o Iraque modernos.
De acordo com uma política amplamente praticada em todo o Império assírio, essas pessoas podem ter sido deslocadas à força de sua terra natal e reassentadas no que é agora o sudeste da Turquia, onde eles teriam começado a construir a nova cidade fronteiriça e cultivar o seu interior .
A evidência do idioma que eles falam vem de um único comprimido de argila, que foi preservado depois que foi cozido em um incêndio que destruiu o palácio em Tušhan em algum ponto em torno do final do século VIII aC. Inscrito com personagens cuneiformes, o tablet é essencialmente uma lista dos nomes das mulheres que estavam ligadas ao palácio e à administração assíria local.
Escrevendo na nova edição do Journal Of Near Eastern Studies, o Dr. John MacGinnis, do McDonald Institute for Archaeological Research, da Universidade de Cambridge, explica como a natureza desses nomes despertou o interesse dos pesquisadores.
"Em total, cerca de 60 nomes são preservados", disse MacGinnis. "Um ou dois são assíricos e alguns mais podem pertencer a outras línguas conhecidas do período, como Luwian ou Hurrian, mas a grande maioria pertence a uma linguagem anteriormente não identificada".
"Se a teoria que os falantes desta língua vieram do Irã ocidental está correta, então existe o potencial aqui para completar a imagem do primeiro império multiétnico do mundo. Sabemos por textos existentes que os assírios conquistaram pessoas dessa região. Agora sabemos que há outra língua, talvez da mesma área, e talvez mais evidências de sua existência à espera de serem descobertas ".
Ziyaret Tepe está no rio Tigris no sudeste da Turquia e tem sido objeto de extensas escavações arqueológicas desde 1997. Trabalhos recentes revelaram evidências de que provavelmente era o local da cidade fronteiriça asiria de Tušhan. Em particular, pensa-se que os restos de um edifício monumental escavados no local são os do palácio do governador, construído pelo rei assírio Ashurnasirpal II (883 - 859 AEC).
O comprimido foi encontrado no que poderia ter sido a sala do trono do palácio pelo Dr. Dirk Wicke, da Universidade de Mainz, trabalhando como parte de uma equipe liderada pelo professor Timothy Matney, da Universidade de Akron, Ohio. Quando uma conflagração destruiu o palácio, talvez ao redor do ano 700 AEC, o comprimido foi assado e muito do seu conteúdo no lado oposto preservado.
MacGinnis recebeu a tarefa de decifrar o tablet e identificou um total de 144 nomes, dos quais 59 ainda podem ser elaborados. Sua análise descarta sistematicamente não apenas linguagens comuns dentro do Império Assírio, mas também outras línguas da época - incluindo egípcio, elamita, urartiano ou semítico ocidental. Mesmo no seu mais generoso, sua avaliação sugere que apenas 15 dos nomes legíveis pertencem a um idioma anteriormente conhecido pelos historiadores.
O relatório também postula várias teorias sobre a origem dessa linguagem misteriosa. Uma noção é que pode ser Shubrian - a língua indígena falada na área de Tušhan antes dos assírios chegarem. Tanto quanto os historiadores sabem, Shubrian nunca foi escrito. Além disso, acredita-se que tenha sido um dialeto de Hurrian, que é conhecido e não parece ter semelhança com a maioria dos nomes no tablet.
Outra teoria é que foi o idioma falado pelo Mushki - um povo que estava migrando para a Anatólia Oriental em torno do tempo que o comprimido foi feito. Essa idéia parece menos plausível, no entanto, como para aparecer na lista da administração assíria, essas pessoas teriam se infiltrado no Império ou foram capturadas, e os historiadores não têm provas de nenhum deles.
Mais convincente é a teoria de que o idioma em questão pode ter sido falado por um povo de outro lugar no Império Assírio que foi movido à força pela administração.
Esta foi uma prática padrão para sucessivos reis assírios, particularmente depois que o Império começou a se expandir durante o século IX. "Foi uma abordagem que os ajudou a consolidar o poder, quebrando o controle da elite dominante em áreas recém-conquistadas", disse MacGinnis. "Se as pessoas fossem deportadas para um novo local, elas dependiam inteiramente da administração assíria para o seu bem-estar".
Embora os historiadores já saibam que as montanhas de Zagros estavam em uma região invadida e anexada pelos assírios, permanece, até o momento, a única área sob ocupação assíria

Os 10 museus mais estranhos do mundo

É possível encontrar desde corpos mumificados até coleções de pênis conservados em formol, privadas ou marionetes

 

O Museu Subaquático de Arte fica em Cancún, no México (MUSA/Divulgação)
São Paulo – Nem só de belíssimas pinturas, esculturas e projetos arquitetônicos pode viver um museu. Pelo mundo afora, há espaços dedicados a coleções raras, também muito estranhas e curiosas. É o caso destes dez museus selecionados pela National Geographic, onde é possível encontrar desde corpos mumificados ou uma coleção de pênis conservados em formol, privadas e marionetes
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1. Plastinarium – Guben, Alemanha

24 jun 2017, 07h55
São Paulo – Nem só de belíssimas pinturas, esculturas e projetos arquitetônicos pode viver um museu. Pelo mundo afora, há espaços dedicados a coleções raras, também muito estranhas e curiosas. É o caso destes dez museus selecionados pela National Geographic, onde é possível encontrar desde corpos mumificados ou uma coleção de pênis conservados em formol, privadas e marionetes. Confira:
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1. Plastinarium – Guben, Alemanha

Após passar 39 anos estudando medicina, dissecção e química, o alemão Gunther von Hagens desenvolveu o método de preservação de corpos chamado plastinação, que consiste na retirada de água e lipídios do corpo humano ao aplicar polímeros sintéticos no local, o que evita que haja a decomposição dos tecidos. No Museu Plastinarium, localizado na cidade de Guben, na Alemanha, os visitantes aprendem sobre esse processo criado em 1977 e podem ver diversos corpos animais e humanos plastinados em poses curiosas.

2. Museu Momofuku Ando Instant Ramen – Osaka, Japão

Em 1958, o japonês Momofuku Ando criou as primeiras fórmulas de macarrão instantâneo do mundo, o “Chicken Ramen”. O sucesso foi tanto que, os cupnoodles e macarrões instantâneos representam a cultura alimentar japonesa mundo afora e ganharam um museu. Chamado Momofuku Ando Instant Ramen Museum, o espaço mostra aos visitantes os diversos pacotes de macarrão instantâneo que existem pelo mundo, que também podem experimentar edições limitadas da marca Hokkaido and Tohoku e até criar sua própria embalagem na My CUPNOODLES Factory.

3. Museu do Sexo – Nova York, Estados Unidos

Um lugar sem pudores para ver todo tipo de arte e artigos históricos sobre sexo. Instalado na famosa Quinta Avenida, o espaço já abrigou exposições sobre o coito de animais e pornografia na internet. São mais de 15 mil itens expostos, entre obras de arte, figurinos, fotografia e registros históricos que criam um discurso aberto sobre sexo e sexualidade – tanto de humanos, quanto de animais. É possível saltar em uma espécie pula-pula em formato de seios infláveis (!) ou contemplar uma série de fotografias eróticas vintage.

4. Museu do Espião – Washington, Estados Unidos

Mini câmeras, dinheiro falsificado, armas disfarçadas e máquinas de cifra… Neste museu, os visitantes podem ver detalhes de mais de 200 artefatos usados por agentes da CIA e do FBI. Além disso, algumas seções exclusivas do museu só podem ser exploradas por meio de técnicas de espionagem, aprendidas em workshops, como um verdadeiro James Bond.

5. Museu das Múmias – Guanajuato, México

Na pequenina cidade de Guanajuato, centenas de corpos foram enterrados nas criptas do panteão de Santa Paula em meados do século XIX. Se as famílias não conseguissem pagar os impostos funerários de seus entes queridos, teriam de abrir mão dos corpos para serem exumados. Ao desenterrarem os corpos, foi descoberto que eles estavam mumificados através de um processo natural, provavelmente por fatores climáticos da região. Agora, esses cadáveres, incluindo os de crianças, são itens de exposição do Museo de Las Momias, ou Museu das Múmias de Guanajuato. Macabro, não?

6. Museu Subaquático de Arte – Cancún, México

Uma das cidades mais turísticas da América Central, Cancun ganhou em 2009 um museu imerso nas águas azuladas de suas praias paradisíacas. Trata-se do Museo Subacuático de Arte (MUSA), que reúne mais de 500 esculturas em tamanho real fixadas no fundo do mar. As artes oceânicas, que retratam construções, carros, pessoas, animais e objetos, funcionam como um recife artificial feito especialmente para promover o crescimento de corais da região. Os visitantes podem explorar o museu a bordo de um barco com fundo de vidro, por mergulho ou snorkeling.

7. Museu Fálico da Islândia – Reykjavik, Islândia

Além do Museu do Sexo, há outro, na Islândia, dedicado apenas às partes íntimas masculinas. São 215 exemplares de espécies de animais, conservados em formol e dispostos em recipientes de vidro. O museu também exibe amostras de pênis de diversas espécies que estão ameaçadas ou extintas em águas islandesas e em outras partes do mundo, como monstros marinhos, baleias e focas. O fundador do museu, Sigurður Hjartarson, desenvolveu um fascínio pelo estudo fálico ainda criança ao receber um pizzle (pênis de touro), instrumento usado como um chicote para animais de fazenda. Em 1974, começou a colecionar pênis de baleia e abriu o museu em 1990, depois de acumular uma coleção significativa.

8. Sulabh Museu Internacional de Privadas – Nova Delhi, Índia

Localizado na capital da Índia, o museu detalha a história da higiene e saneamento de 2500 a.C. até hoje. Aberta por Bindeshwar Pathak em 1970, a Fundação Sulabh reúne mais de 50 mil voluntários dedicados a difundir o uso de vasos sanitários pela Índia. A organização sem fins lucrativos tem esse espaço que mostra um modelo de banheiro público pago que conta com banheira, lavanderia e mictório e é utilizado por cerca de 10 milhões de pessoas diariamente em todo o país, além de banheiros banhados a ouro dos imperadores romanos e uma coleção de raros poemas de toaletes.

9. Museu da Tortura – Amsterdam, Holanda

O museu convida os visitantes a conhecerem a história obscura da Europa em tempos que a tortura e execuções eram comuns e aceitas pelas leis. Entre os mais de 40 instrumentos de tortura expostos com tutoriais que explicam cada uma das histórias e seu uso na sociedade, há uma cadeira da inquisição coberta de espinhos e espadas que eram usadas para decapitação. O espaço também educa estudantes sobre as torturas que ainda são praticadas até hoje em quase cem países mundo afora

10. Museu de Marionetes Vent Haven – Fort Mitchell, Estados Unidos

Instalado no estado de Kentucky, o museu é o único desta modalidade no mundo e foi iniciado por William Shakespeare Berger, em 1910, quando comprou seu primeiro boneco de marionete: Tommy Baloney. Em 1947, ele teve que reformar sua garagem para guardar sua enorme coleção e em 1962, precisou construir um segundo espaço. Hoje, o museu conta com mais de 800 bonecos, livros históricos, fotos e playbills. O museu também abriga o ConVENTion, um evento anual de ventríloquos que atrai profissionais e entusiastas da área do mundo inteiro.

Ouça a língua falada pelos nossos ancestrais há 6.000 anos 


Linguistas reconstruíram recentemente uma linguagem falada a 6.000 anos atrás, chamada de proto-indo-europeu. Eles criaram uma simulação de como poderia soar a fala dos povos que viveram há 6.000 anos.

Esta linguagem foi a precursora de muitos idiomas europeus e asiáticos, e agora você terá a experiência de ouvi-la e conhecer um pouco mais sobre o nosso remoto passado.

Ancestral humano

Em uma revista de Arqueologia, o linguista Andrew Byrd faz uma leitura dramática de uma história usando apenas um antigo vocabulário que existiu há 6.000 anos.

Sim, isso quer dizer que a tal linguagem que estava perdida na história é mais antiga do que as pirâmides!




A linguagem Proto-indo-europeu (PIE) foi falada por um povo que viveu entre 4.500 a 2.500 aC.

Eles deixaram escritas, mas os especialista queriam saber como soava esse idioma. Em 1868, o linguista alemão August Schleicher usou um vocabulário proto-indo-europeu e reconstruiu uma fábula chamada de " As ovelhas e os cavalos "..

Os linguistas têm descoberto cada vez mais sobre a PIE, e essa experiência sonora da fábula é atualizada periodicamente para refletir a compreensão mais atual de como essa língua extinta teria soado há 6.000 anos.

Ouça:



Tradução:

“Uma ovelha que não tinha lã viu cavalos, um deles puxando uma carroça pesada, outro carregando uma carga pesada e um carregando um homem com rapidez. A ovelha disse para os cavalos: - ‘ meu coração se parte vendo um homem guiando cavalos’. Os cavalos responderam: - ‘Preste atenção ovelha, nossos corações se partem quando vemos isto: um homem, o mestre, faz da lã da ovelha uma roupa quente para si. E a ovelha fica sem lã’. Ouvindo isto, a ovelha fugiu pelo campo”

 

O idioma “brasileiro” e as raízes indígenas

Existem mais de dez mil vocábulos do tupi no português falado no Brasil
Ouvi algumas vezes pessoas simples dizendo que o idioma que nós falamos é brasileiro. E sempre tem quem corrija, que falamos português.
Mas será que não podemos afirmar que o que falamos é brasileiro? Certo, nossa língua oficial é o português, mas temos palavras que os portugueses não conhecem.
Conto sempre a história de uma vez que estive no norte de Portugal, vi uma vaca pastando e uma menina cuidando dela.
“A vaca comendo capim”, pensei… “Mas capim não é palavra portuguesa é tupi, significa folha estreita. Será que é usada em Portugal?”.
Perguntei à menina o que a vaca estava comendo e ela respondeu que era relva. Não conhecia a palavra capim.
Hoje talvez, por causa das novelas exportadas daqui para lá, os portugueses conheçam muitas das palavras exclusivas do brasileiro, que não existiam lá. São de origem tupi, do nosso falar brasileiro.
Existem mais de dez mil vocábulos do tupi no português falado no Brasil.
Vou citar só duas palavras, que acho divertidas e curiosas.
Quando você está sem dinheiro diz que está na pindaíba?
Pois é. Pindá, em tupi, é anzol. E iba é ruim. Então, pindaíba significa anzol ruim. Para povos que viviam basicamente da pesca, ter um anzol ruim era um grande problema; quem tinha, passava fome, não é?
Herdamos dos índios essa palavra, a pindaíba tão presente na nossa vida.
E jabá, sabe o que é? Vão responder que é carne seca. Sim… jabá tem hoje esse sentido. Mas seu significado original é outro.
Jabá, em tupi, é fuga, fugir, fugitivo… Quando os portugueses escravizavam índios, eles fugiam, mas durante a fuga, batia a fome e eles não podiam parar pra caçar, porque seriam pegos pelos perseguidores.
Então levavam carne seca, que passou a ser conhecida como carne para fugir. Daí jabá passou a significar carne seca.
Uma curiosidade: em São Paulo tem um bairro chamado Jabaquara e em Santos tem outro. Mas poucos dos seus moradores sabem o que esse nome significa.
Quara significa toca, esconderijo, moradia. Então, Jabaquara é esconderijo dos fugitivos, quer dizer, o mesmo que quilombo.
Enfim, nestes tempos em que estamos na pindaíba, mas querem piorar mais ainda, acabando com direitos dos trabalhadores, se bobear, volta o regime de escravidão. Talvez tenhamos que fugir para um esconderijo tipo Jabaquara.
Mas acho melhor a gente se inspirar numa cobra para encarar os tempos que vêm aí. É caninana. Sabe o que significa isso em tupi? É “a que briga em pé”. Sigamos o exemplo da caninana!