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domingo, 6 de agosto de 2017

Civilozações antigas

Como foram as buscas pela cidade perdida de El Dorado?

Lenda de cidade sul-americana coberta de pedras preciosas se espalhou ao longo dos séculos e atraiu vários exploradores

access_time 19 jun 2017, 15h46
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O mito do El Dorado, um lugar cheio de ouro e esmeraldas, é a típica história sem pé nem cabeça que foi se transformando ao longo do tempo. Tudo começou em 1536, quando uma expedição liderada pelo conquistador espanhol Gonzalo Jimenez de Quesada avançou pela selva colombiana e travou contato com a nação indígena muísca. Eles teriam um ritual que enlouqueceu os europeus: quando um novo rei era eleito, os muíscas cobriam o futuro soberano com pó de ouro – daí o nome El Dorado, “o dourado” em espanhol. O rei, então, subia numa canoa e jogava pedras e mais pedras preciosas no meio de um lago para agradar aos deuses e garantir um bom reinado.
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A notícia correu entre os espanhóis e, com o tempo, a lenda foi crescendo. O que era a descrição de um ritual virou ora relato sobre um reino, ora sobre uma cidade onde tudo era lotado de ouro e esmeraldas, dos talheres até as ruas. Os muíscas começaram a se fragmentar após os primeiros contatos com os colonizadores espanhóis no século 16. Os últimos vestígios da civilização foram encontrados no século 18.
É quase certo que nunca existiu uma cidade coberta de ouro na América do Sul. Mas a simples possibilidade de haver algo parecido com El Dorado mexeu com imaginação de aventureiros por quase 500 anos. Para ter uma ideia, em pleno século 20, pelo menos três famosos exploradores morreram buscando a cidade, muitas vezes descrita também como o último grande refúgio do Império Inca, onde estariam guardados vários tesouros. Desapareceram nas florestas sul-americanas no século passado o britânico Peter Fawcett (1925), o franco-americano Serge Debru (1970) e, mais recentemente, o norueguês Lars Hafksjold (1997).
Mas as maiores aventuras na busca por essa cidade perdida foram protagonizadas pelos exploradores espanhóis que chegaram à América do Sul no século 16. No mapa abaixo você confere como foram as expedições mais incríveis dessa época e também achados recentes que reacenderam as lendas sobre El Dorado.

PERDIDOS NA SELVA

Expedições espanholas acharam até índias guerreiras, mas nada da cidade dourada
(Sattu, Luiz Iria, Luciano Veronezi e Rodrigo Cunha/Mundo Estranho)
1. Em 1522, o espanhol Gonzalo Jimenez de Quesada iniciou uma expedição no litoral da Colômbia que resultaria na fundação de Bogotá. Durante a aventura, ele enriqueceu pilhando ouro e esmeraldas e foi o primeiro a ter contato com a lenda de El Dorado
2. Quando enfrentou o Império Inca no Equador, o capitão Sebastián de Belalcazar também ouviu de um prisioneiro histórias sobre El Dorado. Ele desertou das tropas espanholas em 1535 e rumou para o norte. Sua aventura terminou, sem ouro nem glória, em Bogotá, recém-fundada por Gonzalo Quesada
3. Também partindo de Quito, outro conquistador, Gonzalo Pizarro, resolveu “só” atravessar os Andes em 1540. Após um ano, ele já havia perdido 3 mil homens… Mais um ano depois e ele retornou a Quito sem achar nada, numa das expedições mais desastradas em busca do El Dorado
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4. Francisco de Orellana pertencia à expedição de Gonzalo Pizarro, mas ele e cerca de 50 homens se perderam do grupo principal em 1541. E bota se perder nisso: navegando numa jangada, Orellana foi parar no rio Amazonas!
5. Seguindo a corrente do enorme rio, Orellana passou por poucas e boas. Segundo seus relatos, ele teria até lutado contra tribos de índios lideradas por mulheres, como as temíveis amazonas da mitologia grega. O explorador chegou ao litoral do Pará em 1542 e dali subiu até a Venezuela. Sem achar a cidade dourada, é claro
6. O mesmo Gonzalo Quesada que iniciou a busca por El Dorado também organizou uma das últimas grandes expedições espanholas. Em 1569, já com 60 anos de idade, ele saiu de Bogotá com cerca de 2 mil homens rumo à selva. Voltou, três anos depois, com apenas 70 soldados e com quase toda a sua fortuna perdida…

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