Os papas mais influentes da História, para o bem ou para o mal...
1) São Pedro (nasceu em Betsaida, na atual Palestina e foi papa entre 30-67 d.C.)
Foi o
primeiro papa e também é conhecido como São Pedro Apóstolo, já que era
um dos doze apóstolos de Jesus Cristo e é responsável pelo advento do Cristianismo como religião
(como disse Jesus: "Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha
Igreja!"). Quando foi preso pelos romanos, foi condenado a ser
crucificado, mas, diz a lenda, pediu para que fosse crucificado de ponta
cabeça (para que não morresse como Jesus, o messias), o que lhe foi
concedido. Isso ocorreu sobre uma colina, onde hoje está assentada a
própria Basílica de São Pedro, no Vaticano (dentro da cidade de Roma).
Era o papa durante as invasões bárbaras de tribos germânicas do norte da Europa, invasões estas que levaram à queda de Roma,
em 476 - e ao consequente fim do Império Romano do Ocidente. Enfrentou
um pequeno cisma na religião, que levou a criação das igrejas da
Armênia, da Síria e do Egito.
Foi um papa
de origem pobre e sua eleição foi sucedida por muita desordem em Roma.
Devido a estas desavenças, sofreu um atentado em 799. Porém, ao se
aproximar desse monarca, ligou a Igreja aos tronos da Europa (em
especial o francês), coisa que foi lugar comum por toda a Idade Média.
No ano seguinte, em 800, coroou Carlos Magno como imperador dos francos (e de uma espécie de "novo império romano").
4) Silvestre II (nasceu em Auvérnia, na França e foi papa entre 999-1003)
Tentou
fazer algumas reformas na Igreja, coisa que foi contra a vontade do
imperador do Sacro Império Romano Germànico, Oto. Foi também o papa do
período de transição de um poder absoluto da Igreja (durante a Alta
Idade Média), para um poder que ia diminuindo gradativamente para a
mesma Igreja (durante a Baixa Idade Média). Também foi o papa que passou
pela primeira vez por um possível fim do mundo, o que se achava que
aconteceria na passagem do primeiro para o segundo milênio, entre o ano de 1000 e 1001.
Foi o papa que acabou precipitando rapidamente o chamado Cisma do Oriente,
ao excomungar o patriarca da igreja de Constantinopla, fazendo com que
este tivesse a mesma atitude para com o papa. Isso fez com que
acontecesse a separação total e irrestrita entre a Igreja Católica
Apostólica Romana (do ocidente), e a Igreja Ortodoxa (do oriente).
Foi o papa que conclamou as Cruzadas,
em 1095, sendo que estas teriam o intuito de retomar a cidade de
Jerusalém, dos muçulmanos, e à trazer, novamente, para o mando dos
católicos. Realmente esta primeira cruzada tomou a cidade, em junho de
1099, criando assim o Reino Latino de Jerusalém, porém este acabou
caindo - depois de apenas 2 séculos - novamente nas mãos dos muçulmanos.
Foi o papa durante os anos que ocorreu a maléfica Peste Negra
(1347-1353), e conseguiu escapar dela devido ter seguido conselhos
médicos (dentre eles o de se retirar para a cidade de Avignon, na
França, para onde levou todo o papado). Também foi ele que iria
legalizar - e mesmo justificar - a concessão de indulgências, que, num
futuro não tão distante, iria ser um dos principais motivos de protestos
dos religiosos da Reforma Protestante, no século XVI.
Era o papa durante a queda de Constantinopla,
em 1453 - porém, durante o fim do Império Romano do Oriente - fato
histórico que marca o final da Idade Média e o começo da Idade Moderna.
Teve uma atitude dúbia para com uma das potências da época, Portugal,
uma vez que teve atritos com governantes portugueses (o rei Afonso V),
mas também concedeu ao infante D. Henrique o monopólio das expedições
marítimas (o que levaria a várias conquistas territoriais portuguesas,
culminando com o descobrimento do Brasil, em 1500).
Era da
família dos Borgias, que dominavam importantes cidades da Itália durante
o Renascimento. Por serem grandes comerciantes, eram extremamente ricos
e investiam bastante nas artes. Ao se envolverem na sucessão papal,
conseguiram que este seu parente fosse o eleito. Foi um papa muito
mundano, sendo considerado dos mais devassos. Envolveu-se também com os grandes descobrimentos, já que se tornou papa no momento do Descobrimento da América, se envolveu - e deu seu aval - às resoluções do Tratado de Tordesilhas e, por fim, deu seu aval em favor dos portugueses, quando do Descobrimento do Brasil.
Foi um dos
papas mais guerreiros que já existiram e sua principal guerra foi contra
Rodrigo Borgia (o futuro papa Alexandre VI), e seus aliados, porém teve
de se manter a margem, só tendo subido ao trono da Igreja quando seus
aliados se aliaram aos Borgias. Possivelmente devido a seus ímpetos
militares e bastante beligerantes, contratou um grupo de mercenários
para sua própria proteção, sendo esta, portanto, a origem e a criação da Guarda Suíça, uma guarda de honra dos papas existente até os nossos dias.
Foi outro
papa de grande e influente família, dessa vez dos Médici, de Florença,
sendo considerado um dos mais devassos dos papas. Este acabou se
envolvendo em dois fatos históricos, uma vez que viveu durante o Renascimento nas cidades italianas, bem como foi o papa que foi contra as contestações do monge Martinho Lutero - e suas 95 Teses - também a sua posterior excomunhão e assim fez nascer a própria Reforma Protestante...
12) Urbano VIII (Nasceu em Florença, na atual Itália, e foi papa entre 1623-1644)
Foi o papa que pontificou durante a Guerra dos Trinta Anos, entre França e Inglaterra. Foi ele também o papa que consagrou a nova - e atual - Basílica de São Pedro - no dia 18 de novembro de 1626 (exatamente 1300 anos após a consagração da primeira Basílica de São Pedro).
13) Pio VI (Nascido em Ceasena, na atual Itália, e foi papa entre 1775-1799)
Foi o papa que pontificou durante toda a Revolução Francesa,
ocorrida na França entre 1789 e 1799. Devido a mesma, em 1796, após
invadir a Itália, Napoleão Bonaparte fez este papa prisioneiro, sendo
levado de Roma a Siena (cidade próxima de Florença, então território
francês). O término disso tudo foi sua morte, em 1799, ainda em
cativeiro, com 81 anos e 24 anos de papado (o segundo mais longo papado,
até então, atrás somente do papado do primeiro papa, São Pedro, segundo
a doutrina católica).
14) Pio VII (Nasceu em Cesena, na atual Itália, e foi papa entre 1800-1823)
Os
problemas entre a França pós revolucionária e o papado estavam apenas
começando. Após liberarem o corpo do papa Pio VI, morto em cativeiro,
após prisão, o papa que o sucedeu, Pio VII, foi praticamente obrigado a
comparecer a Paris, para fazer a coroação de Napoleão Bonaparte
como imperador da França. Porém, Napoleão acabou atrasando-se para a
cerimônia, fazendo o papa esperar por horas e, no momento exato da
coroação, Napoleão Bonaparte tira a coroa das mãos do papa e coroa, a si próprio, imperador da França. Nada mais Napoleão Bonaparte!!!
15) Leão XIII (Nasceu em Carpinero Romano, na atual Itália, e foi papa entre 1878-1903)
Foi o papa na virada do século XIX para o XX. Sendo assim, passou por alguns fatos importantes. Para citarmos alguns (e somente no Brasil), estão: a Abolição da Escravidão (em 1888), e a Proclamação da República (em 1889).
16) Bento XV (Nasceu em Gênova, na Itália, e foi papa entre 1914-1922)
Foi o papa que viveu a pior de todas as guerras, a Grande Guerra (conhecida hoje como Primeira Guerra Mundial).
Quanto à ela, teve atitudes diplomáticas, colocando a Igreja sempre
como neutra, porém tentou diversas vezes - todas elas infrutíferas -
colocar em pauta tratados de paz pelo término do conflito.
17) Pio XII (Nasceu em Roma, na Itália, e foi papa entre 1939-1958)
Foi o papa que viveu todo o tormento da Segunda Guerra Mundial,
e é muitas vezes acusado de conivente com o Nazismo. Porém, olhando por
outro prisma, ele pode ter sido extremamente neutro para - e somente
dessa forma - salvar outros que poderiam também ser perseguidos pelo
Nazismo (como por exemplo os próprios católicos).
18) João XXIII (Nasceu em Sotto il Monte, na Itália, e foi papa entre 1958-1963)
Era
considerado um papa de transição (e que, possivelmente, não teria um
pontificado muito extenso, o que veio a se concretizar, tendo seu
pontificado durado só 5 anos). Foi por isso que ,muitos se assustaram
quando ele convocou o Concílio Vaticano II, que foi responsável por diversas mudanças nas liturgias da Igreja, bem como em algumas poucas de suas doutrinas.
Pontificou durante boa parte dos Anos 1960 e 1970, nos momentos mais difíceis e amedrontadores da Guerra Fria.
Foi outro papa de transição, teve 15 anos de pontificado e iniciou uma
aproximação com os fiéis - e, principalmente, com outras religiões - com
o uso de viagens (ele foi o primeiro papa a visitar os cinco
continentes). Também se utilizou da TV como meio de transmissão de
preceitos católicos.
20) João Paulo II (Nasceu em Wadowice, na Polônia, e foi papa entre 1978-2005)
Foi um dos
maiores papas que já se teve, viajou pelo mundo, em várias e várias
viagens, levando sua mensagem em seu longo papado de 27 anos (o terceiro
maior papado, só perdendo para o de São Pedro, de 37 anos e o de Pio
IX, de 31 anos). Em 13 de maio de 1981, sofreu uma tentativa de
assassinato, quando foi alvejado por tiros vindos da arma do turco
Mehmet Ali Agca. Como que por milagre, o papa escapou da morte. Talvez
seja por ser um dos co-responsáveis por diversos fatos históricos, tais
como a Queda do Muro de Berlim, em 1989, a Reunificação Alemã, em 1990, e o Fim da URSS, em 1991, que isso tenha ocorrido. Em suma: ele muito auxiliou a própria derrocada do Comunismo, entre os anos de 1989 e 1991.
Podemos
dizer que as histórias dos papas refletem bem o tempo em que viveram.
Afinal é por isso que existiram papas santos, guerreiros, mundanos,
catequizadores e evangelizadores. Interagindo com suas épocas, foram
criando os dogmas e doutrinas da Igreja Católica Apostólica Romana.
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