• AVALON
A terra mística de Avalon foi imortalizada no ciclo
Arturiano, o mais conhecido herói celta, e em torno dela realidade e
ficção se confundem envolvendo em brumas a história do lugar.
Avalon se situaria a sudoeste da Inglaterra, no local onde há o monte
chamado Tor e a Abadia de Glastonbury. O Monte do Tor é envolvido por
brumas, e o próprio nome Tor significa “passagem”.
Nas antigas
lendas celtas, existia a Ilha dos bem-aventurados, algo como os campos
Elísios dos Gregos ou o Valhalla dos germânicos/nórdicos, local de
abundância e alegria. Com o passar do tempo a visão desta terra se
fundiu com a lenda de Avalon, visto que era uma ilha cercada por brumas,
de difícil acesso, e por ser imaginada como um paraíso, a terra das
maçãs, que representam para os celtas o conhecimento e a magia.
Avalon também está associada à Terra da Juventude, um reino mítico no qual os habitantes são imortais.
Na versão mais conhecida e consagrada no clássico “As Brumas de Avalon”
de Marion Zimmer Bradley, Avalon era uma ilha cercada por brumas que
somente uma sacerdotisa poderia afastar para descobrir o caminho até a
ilha, lá era o refúgio da antiga religião que foi reduzida pelo
catolicismo.
A ilha ficava no mesmo local da Abadia de
Glastonbury, mas em outro plano, de modo que quem tentasse chegar a
Avalon acabaria no templo cristão.
Uma versão mais realista nos é
apresentada por Bernard Cornwell na trilogia “As Crônicas de Artur”,
nela Avalon é um feudo, um reino sob o domínio da Dumnonia, reino do
qual Artur era o guardião.
A Avalon de Cornwell era liderada por
um Lorde, e este era Merlin, que também era o maior de todos os druidas.
Não há nenhuma ilha nesta versão, apenas o Tor, no topo do qual estão
os aposentos onde Merlin, Morgana e Nimue fazem seus rituais, o Tor é
povoado por crianças defeituosas e loucos, pois Merlin acreditava que
eles tinham as bênçãos dos deuses.
Essa versão é mais realista
por não envolve nenhum tipo de magia, apenas um velho druida e suas
sacerdotisas numa terra governada por este druida, obviamente um lugar
como este despertou a atenção e muitas lendas cresceram em volta dele.
Nas lendas de Etain e de Oisin há a participação de membros da família
real da Terra da Juventude (Avalon), eles são imortais e belos, mas
imaginem que na realidade fossem reis e príncipes como quaisquer outros
que o imaginário popular acerca do lugar onde viviam haviam elevado a
uma categoria superior.
Isso nos remete à Avalon apresentada por
Cornwell, um reino como qualquer outro mas envolto em lendas e que cada
vez foi ficando mais místico culminando com a versão apresentada nas
Brumas de Avalon.
Não existe ilha na versão de Cornwell , e
talvez isso tenha sido de propósito, para aproximar a lenda da
realidade, pois pesquisas arqueológicas afirmam que o local de
Glastonbury foi um pântano há milhares de anos, ai pode estar a origem
das lendas de Avalon como uma ilha, e quando os pântanos secaram no
mesmo local foi construída a abadia de Glastonbury, mas a ilha que um
dia ali esteve não foi esquecida, de modo que Marion a colocou em outro
plano mas no mesmo lugar da abadia.
Com isso chegamos à conclusão
de que Avalon foi um dia uma ilha depois se tornou o nome para um reino
e no local da ilha foi construída a abadia de Glastonbury, e de que o
imaginário popular se encarregou das sacerdotisas, espadas mágicas e
druidas que povoam este maravilhoso local.
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